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60 ANOS DE ATIVIDADES : Escola Ondina Cunha ameaçada de ser fechada

60 ANOS DE ATIVIDADES : Escola Ondina Cunha ameaçada de ser fechada
08 novembro
09:16 2019

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Profª. Ondina Cunha corre o risco de fechar as portas em 2020. Coordenadora da 5ª CRE nega com veemência essa hipótese

“Foi uma surpresa para todos nós da comunidade escolar”, assim relatou a diretora do educandário, profª. Cláudia Ferreira. A Escola Ondina Cunha funciona no prédio da rua Gonçalves Chaves, nº 712, bem no centro de Pelotas há cerca de 60 anos. Em meados de agosto, o proprietário do imóvel pediu a desocupação.

Em reunião na 5ª CRE a direção foi aconselhada a procurar um novo local para a escola. Mobilizados, conseguiram encontrar um prédio mais novo, muito próximo ao local onde hoje está a escola. “Estamos praticamente acertados com o proprietário do prédio onde funcionou o curso CCAA, na esquina das ruas Gonçalves Chaves e Voluntários da Pátria”, disse a diretora Cláudia.

ESCOLA poderá mudar para este imóvel na esquina das ruas Gonçalves Chaves e Voluntários da Pátria

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O novo prédio possui as cinco salas necessárias, além de refeitório, sala de professores, secretaria e pátio. Tudo isso com o custo do aluguel inferior ao que se paga atualmente, uma economia de cerca de R$ 2 mil a menos.

Resolvido o impasse do local onde funcionaria a escola, a diretora disse que foi surpreendida com a não inclusão da oferta de vagas para 2020 na Ondina Cunha, via sistema da Secretaria de Educação do Estado. “Nossa escola atende 198 alunos, a maioria oriundos de famílias em vulnerabilidade social, gente humilde e trabalhadora, que terá imensas dificuldades de encontrar vagas em escolas próximas”, disse Cláudia Ferreira.

Os alunos da Escola Ondina Cunha frequentam turmas do Ensino Fundamental, do 1º ao 5º ano. Existe também uma parceria com o Instituto Nossa Senhora da Conceição, para o atendimento de 88 meninas. “Sem consulta alguma à nossa comunidade, estamos sob ameaça de fechar e deixar desassistidas centenas de famílias carentes e que dependem da escola”, desabada Cláudia.

MOBILIZAÇÃO

Ao serem informados da incerteza quanto à continuidade da escola, pais, alunos, professores e servidores iniciaram uma série de reuniões para debater o assunto. Na tarde de quarta-feira, dezenas de pessoas participaram de encontro para debater o futuro da escola. Na quinta-feira, novo encontro e mais mobilização. A comunidade escolar ganhou apoio da Câmara de Vereadores. Na tribuna, em sessão na manhã de ontem, o vereador Salvador Ribeiro (MDB) relatou aos parlamentares o caso.

Ribeiro, trouxe a pauta à Câmara Municipal após ter participado da reunião, na tarde de quarta-feira (06), com funcionários da escola, pais e alunos. O parlamentar e Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, levará ao assunto à Assembleia Legislativa por meio dos deputados estaduais da região. “Estarei engajado nesta luta da mesma forma em que sempre estive, como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, comprometido com as causas da educação, ressaltou o edil.

COORDENADORIA NEGA O FECHAMENTO

Em contato com a 5ª CRE – Coordenadoria Regional de Educação, a reportagem do Diário da Manhã ouviu a Profª. Alice Maria Souza, Coordenadora. Ela negou com veemência o fechamento da Escola Ondina Cunha. “Não procede a informação, não existe a possibilidade de fechamento, jamais esteve em nosso radar essa hipótese”, disse Alice Souza.

COMUNIDADE escolar está apreensiva com futuro incerto da Escola

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Ela explica que o proprietário do imóvel ocupado hoje pela “Ondina Cunha”, já solicitou inúmeras vezes a desocupação. Laudos apontam problemas estruturais e na parte elétrica. “Trata-se de um prédio bastante antigo e que não tem mais condições de abrigar crianças com segurança e não nos é permitido fazer reformas nos prédios particulares”, disse a Coordenadora. Segundo ela, a não abertura das matrículas, neste momento, é por conta da indefinição sobre o novo local para a escola. “A parceria com o Instituto N.S. da Conceição exige que seja um local próximo, são crianças bem pequenas que não podem se deslocar à pé para muito longe”, observa. Ela contesta a informação sobre a definição pelo prédio do antigo CCAA. “Ainda não há nada decidido, o processo está em andamento, é preciso fazer adequações às necessidades da escola e o caso está sob avaliação do Conselho Estudantil da SEDUC”, informa. Segundo Alice, outras alternativas estão sendo estudadas.

A Coordenadora da 5ª CRE faz questão de deixar bem claro que as matrículas serão retomadas em janeiro, durante o período de ajustes e voltou a garantir a continuidade das aulas na Escola Ondina Cunha.

(HFJ)

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Rafael Freitag

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