Diário da Manhã

A prefeita Paula Mascarenhas recebeu em audiência a Comissão de Urgência e diretores do Hospital Espírita de Pelotas, na tarde da última sexta-feira (5), na sala de reuniões do Paço Municipal. O administrador da instituição de saúde, Tiago Martinato, entregou à chefe do Executivo pelotense um documento com três propostas. “Quero reiterar com vocês a nossa disposição em ajudar, no que for possível. Estamos em plena discussão da data-base do funcionalismo municipal e troca do secretário de Gestão Administrativa e Financeira (Sgaf), portanto peço um prazo para avaliar as propostas junto às equipes jurídica e financeira para averiguar a viabilidade das solicitações”, antecipou a prefeita.

Martinato comunicou oficialmente à Paula o anúncio de aumento de R$ 80 mil mensais oriundos do Estado ao Hospital Espírita, o que praticamente dobra o valor de repasses, mas sua efetivação ainda depende de publicação de Portaria. A prefeita se dispôs a intervir junto ao governo estadual para garantir o recurso. “Sou parceira para ratificar a importância do Hospital Espírita no contexto regional”, disse. Martinato agradeceu o apoio mas garantiu que, na prática, esse valor significa apenas um acréscimo de R$ 14 por paciente. “Não é suficiente para recuperar as finanças do Hospital”, afirmou o administrador.

A administração propõe a repactuação nos serviços com aportes da prefeitura, baseada em três pilares: atendimento a dependentes químicos; criação de um serviço próprio específico para pacientes adolescentes; e demais pacientes. O documento também propõe reajuste do valor das diárias, com base no NPC dos últimos cinco anos, dos atuais R$ 55,20/paciente para R$ 78,20/paciente, o que significaria uma aumento de cerca de R$ 175 mil nos repasses mensais do Município ao Hospital.

A Comissão ainda sugere que a prefeitura abra mão de valores referentes a dívidas do Estado com o Município em benefício do Hospital Espírita. “Eu não discuto o mérito dos serviços prestados pelo Hospital, que são muito importantes para toda a região, mas nos falta recursos em todas as áreas da saúde, que são de responsabilidade da prefeitura, e para fazer isso eu precisaria de legitimidade política, um consenso entre as outras áreas que seriam afetadas ao deixar de receber esses valores. De qualquer forma, vou buscar mais informações para avaliar as probabilidades”, ponderou a prefeita.

Participaram da audiência a secretária de Saúde, Ana Costa; o assessor especial de Assuntos Jurídicos do Gabinete da Prefeita, Fábio Machado; Camila Vitola, do Departamento de Contratos da Secretaria de Saúde (SMS), diretores e Comissão de Urgência do Hospital Espírita.