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ANJOS E QUERUBINS : Reconhecimento à periferia no Legislativo

23 maio
09:10 2017

Nesta terça às 10h30min na Câmara Municipal, entrega do título de utilidade pública à Fundação Anjos e Querubins

Por Carlos Cogoy

Jovens e familiares de localidades como o Bairro Getúlio Vargas (BGV), e Pestano, na Zona Norte, bem como Navegantes e Balsa, situados na região da Várzea, serão os destaques no plenário do Legislativo municipal. Nesta terça pela manhã, a partir das 10h30min, sessão solene para a entrega do título de entidade de utilidade pública à Fundação Anjos e Querubins. Trata-se do reconhecimento à iniciativa que teve início, como projeto social, através de então vigilante Ben Hur Flores. Na trajetória que ultrapassa quinze anos, o trabalho expandiu-se da Zona Norte, chegou à Várzea, e já esteve participando de intercâmbio no Rio de Janeiro. O reconhecimento à periferia através da Câmara Municipal, é autoria do vereador Salvador Ribeiro (PMDB). Conforme o apelo de Ben Hur, a ideia é mobilizar a comunidade e lotar o plenário do Legislativo.

Grupo desenvolve atividades na Zona Norte e Várzea

Grupo desenvolve atividades na Zona Norte e Várzea

LEI – A lei municipal 6.387, publicada a 22 de novembro do ano passado, declara a Fundação Anjos e Querubins, como de utilidade pública. Na justificativa, o proponente vereador Ribeiro, ressalta que a fundação teve a “iniciativa de implantar atividades que combatessem a discriminação, com um olhar voltado às comunidades da periferia pelotense. A Anjos e Querubins, através da inserção artística e musical, desenvolve importante trabalho social junto a crianças e adolescentes, oriundos de famílias residentes nos loteamentos Getúlio Vargas, Pestano, Navegantes e Balsa”. A Câmara Municipal está localizada à rua 15 de Novembro 207.

TRAJETÓRIA – Ao fim dos anos noventa, Ben Hur, morador no BGV, trabalhava como vigilante. Constatando o quanto a juventude da Zona Norte, carecia de lazer e cultura, passou a buscar parcerias para desenvolver oficinas de música e teatro. À época, durante período, ele contou com apoio do Sindicato dos Vigilantes de Pelotas e Região (Sindivigipel). Numa nova fase, em 2001, sua moradia foi improvisada como espaço para ensaios. Sem instrumentos para os jovens, o jeito foi organizar uma “Orquestra Popular Afrobeat Anjos e Querubins”, recorrendo ao uso de baldes. Em fase posterior, identificando-se como Organização Não-governamental, foram sendo estabelecidos apoios e parcerias. A exemplo, representantes de associações de instituições públicas. Entre os aportes solidários, houve a chegada de computadores para as crianças e jovens. Em diversas ocasiões, o grupo esteve no Calçadão, tocando e arrecadando doações dos transeuntes.

Ben Hur Alves Flores iniciou o projeto social em 2001

Ben Hur Alves Flores iniciou o projeto social em 2001

DIGNIDADE – Ben Hur em alguns momentos chegou a cogitar o encerramento das atividades. Diante de inúmeras dificuldades para manter a ONG e, à mercê de apoiadores cuja regularidade oscilava, também se deparou com desafios como a sobrevivência da família, bem como a sua própria saúde física. Lutador social, no entanto, não esmoreceu, e a gurizada do “Anjos e Querubins” foi ampliando contatos. Chegando a novos palcos, como o Theatro Sete de Abril, também houve viagens ao Rio de Janeiro, num intercâmbio com ONGs do centro do País, e apresentações em São Paulo. Em 2013, a ONG recebeu convite para participar de atividades em Cabo Verde na África. Houve divulgação e campanhas, mas o grupo não chegou a concretizar a cruzada do Atlântico. Patrimônio pelotense, Anjos e Querubins, como fundação, alcançou novo patamar, o que poderá assegurar a continuidade e alavancar melhorias.

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