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quinta, 25 de abril de 2024

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Anvisa proíbe importação de insulina do laboratório Indar

Anvisa proíbe importação de insulina do laboratório Indar
07 dezembro
17:39 2017

Resolução publicada no DOU impede também a distribuição e o uso do produto importado

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu na segunda-feira, 04 de dezembro, a importação e distribuição de produtos do laboratório ucraniano Indar, que fornece insulina NPH para o governo brasileiro. Resolução publicada no Diário Oficial da União “determina como medida de interesse sanitário, em todo território nacional, a suspensão da importação, distribuição e uso de todos lotes do produto insulina NPH, nas suas apresentações registradas, fabricados por Private Joint Stock Company INDAR, localizada em 5, Zroshuvalna Str., Kiev, 02099, Ucrânia e importados pelas detentoras do registro do produto em território nacional”.

A proibição é consequência de outra resolução da Anvisa, que cancelou a certificação de boas práticas do Indar, também publicada na edição de 04/12 do DOU. Em agosto, técnicos da Agência visitaram a fábrica na Ucrânia e constataram que a produção de insulina não seguia as regras estabelecidas pelo órgão para garantir a qualidade do produto. Dessa forma, a empresa perdeu o certificado.

“É uma decisão acertada da Anvisa”, comentou o presidente da Anad (Associação Nacional de Atenção ao Diabetes), dr. Fadlo Fraige Filho. “Temos alertado há tempos sobre as sérias suspeitas a respeito da qualidade do produto da Indar, que coloca em risco a saúde dos usuários de insulina fornecida pelo SUS desse fabricante”, completou. As manifestações de preocupação da Anad foram feitas diretamente ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, que não respondeu, até o momento, aos questionamentos. O SUS fornece insulina para mais de 1 milhão de brasileiros, que precisam usar o produto diariamente para controlar a doença e evitar sérias consequências. Além da Indar, outros fabricantes atendem à demanda nacional.

Fadlo Fraige destaca que não há estudos sobre a eficácia do produto vindo da Ucrânia. A importação vem sendo feita com a cobertura de um acordo de transferência de tecnologia da Indar para laboratórios públicos brasileiros. Apesar de o primeiro acordo ter sido feito em 2006, até hoje o Brasil não conseguiu produzir insulina NPH em escala industrial, como estava previsto. “Além de ser uma tecnologia ultrapassada, a insulina NPH da Indar, como a Anvisa comprovou, não atende as boas práticas de produção”, destacou o presidente da Anad. Os acordos com a Ucrânia, firmados nos governos anteriores, já custaram ao país mais de US$ 100 milhões “com sobrepreço de 100% no valor do produto importado pelo Ministério da Saúde”, aponta.

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