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AUDIÊNCIA PÚBLICA : Abandonados, moradores do Sítio Floresta criticam a prefeitura

29 outubro
09:44 2014

Promovida pelo vereador Marcos Ferreira, Marcola (PT), a audiência pública realizada na noite de segunda-feira, na Associação de Moradores do Sítio Floresta, surpreendeu os próprios parlamentares pela veemência das manifestações da comunidade.

Indignados com o descaso dos últimos dez anos por parte da administração pública, muitos pediram o afastamento do prefeito. Os problemas apontados não são diferentes dos que afetam o restante da cidade, como a falta de limpeza dos esgotos e das valetas, necessidade de ampliação da Unidade Básica de Saúde (UBS), melhorias nos horários de ônibus; falta de iluminação pública, de abrigos nas paradas de ônibus e de professores substitutos. Mas, o abandono persistente do Sítio Floresta foi que levou a população a comparecer em massa à audiência.

DIVERSAS manifestações de protesto pela falta de providências aos pedidos

DIVERSAS manifestações de protesto pela falta de providências aos pedidos

“Faz dez anos que estamos abandonados, muitos buracos, valetas entupidas, canos quebrados e nenhuma providência”, desabafou Ilede Neitzke. Rosileia Zranott também lembrou a falta de assistência ao bairro há uma década. “Nesse período não foram retirados nem uma vez o lodo das valetas e não foram trocados os canos quebrados.” Ela ainda acrescentou: “Perdi a prova do Enem por conta dos alagamentos.” Na mesma linha, o morador Altair Voss disse que mora no Sítio Floresta há 38 anos e que nunca viu “o bairro nesse estado de abandono”.

Indignados com a falta de atenção do Poder Público, os moradores pediram o afastamento do prefeito Eduardo Leite. Sob aplausos dos presentes, Neri de Paula, perguntou: “Como podemos pedir o impeachment do prefeito?” e acrescentou: “Ele ‘tá’ brincando com o povo pelotense”.

Para a moradora Josi Machado “se o prefeito não está sendo capaz de administrar a cidade, tem que ser substituído por alguém que tenha capacidade”. Segundo o vice-presidente da Associação de Moradores, César Rocha, “os secretários não recebem ninguém e fazem um jogo de empurra-empurra e com isso a comunidade fica sem respostas para as reivindicações”.

OS VEREADORES presentes também não pouparam críticas. O proponente, vereador Marcola lamentou a ausência de representantes do Executivo no debate.“ Isto mostra o desrespeito com o bairro”. Ele lembrou que o Sítio Floresta foi uma região “que votou em massa no prefeito com a vontade de mudança e não estão vendo ela acontecer. Ele ainda lembrou que os vereadores fazem os pedidos de providências, mas quem pode realizar obras é a Prefeitura.

O vereador Rafael Amaral (PP), também falou sobre o trabalho do Legislativo, salientando que “não tem vereador que não faça pedidos diariamente para melhorias nos bairros de Pelotas. Ele ainda abordou que os transtornos acontecem pela “falta de planejamento”.

Ricardo Santos (PDT), disse que “se os parlamentares não são atendidos, que representam o povo, imagina se o governo vai ouvir a comunidade.” O parlamentar disse que já pediu diversas vezes o “impeachment do prefeito”. Finalizou sugerindo que a população deve fazer “uma grande mobilização e ir até a Prefeitura para protestar”.

Marcus Cunha (PDT questionou a terceirização dos serviços, perguntando: “onde estão os 8.500 funcionários da Prefeitura?” Segundo o vereador, empresas estão sendo contratadas para prestarem serviços de manutenção “até mesmo sem licitação”. Ele se disse perplexo ao ouvir os pedidos para que o prefeito seja afastado do cargo, e em pronunciamento na manhã de terça-feira, pediu que a Câmara “olhe com mais preocupação os problemas dos bairros e leve para o Executivo tudo o que se ouve nesses encontros”, disse. Marcus Cunha acha fundamental que o Legislativo realize audiências mensais nos bairros para ouvir ‘in loco’ as comunidades.

DEPOIS de ouvirem as reivindicações da comunidade, os parlamentares fizeram os seguintes encaminhamentos: agendar uma reunião com o prefeito, associação e moradores; agendar reunião com o secretário de obras e serviços urbanos, para criação de um calendário de drenagem; reunião com a concessionária responsável pelas obras de duplicação da BR-116 e com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a fim de tratar sobre o acesso à localidade e também com a empresa que cuida do transporte coletivo na região, para ajustar os horários dos ônibus. Participaram também do encontro o chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Pelotas, José Dourado, o subgerente da CEEE, Éder Vohl e o tenente Anilton Gasque, representando o 4º BPM.

 

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