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sexta, 29 de março de 2024

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Boa qualidade e quantidade de pasto favorece rebanho gaúcho

Boa qualidade e quantidade de pasto favorece rebanho gaúcho
24 janeiro
10:03 2014

Depois do período de déficit hídrico até o final de dezembro, a normalização do regime de chuvas na primeira quinzena de janeiro elevou a umidade do solo, favorecendo o desenvolvimento das pastagens nativas e cultivadas. As pastagens anuais de verão devem se manter produtivas no mínimo por mais um mês. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, na maioria das regiões produtoras de carne no Estado, temperaturas elevadas acompanhadas de chuvas frequentes favorecem o rebrote mais intenso das espécies forrageiras nativas, aumentando a qualidade e a quantidade de pasto. Nestas condições, os animais apresentam bom ganho de peso e sanidade, o que eleva a produção dos rebanhos.

O período reprodutivo do gado de corte está em andamento, com boas perspectivas para a próxima safra de terneiros. Os pecuaristas estão bastante satisfeitos com os preços recebidos, tanto pelos animais prontos para o abate como os animais de reposição. A tendência é que diminua a oferta nos próximos dias, o que deve pressionar os preços para cima.

O avanço das lavouras, especialmente de soja, sobre áreas de pecuária forçou os produtores a desfazerem-se de seus rebanhos ou intensificarem a produção. Este quadro tem gerado especulações sobre a provável redução na oferta de bovinos de corte para o próximo ano.

Sobre a soja, as lavouras no RS seguem com seu desenvolvimento dentro da normalidade, apresentando percentuais similares aos anos anteriores, com 53% das áreas em desenvolvimento vegetativo, 40% em floração e 7% em enchimento de grãos. De maneira geral, o aspecto fitossanitário é considerado bom. A perspectiva de boas chuvas na próxima semana deverá trazer mais tranquilidade aos produtores, que começavam a se preocupar com as condições registradas neste último período (altas temperaturas e baixa umidade).

Já o milho evolui em ritmo satisfatório e sem maiores problemas aparentes. Apenas em casos pontuais, onde lavouras foram implantadas em áreas de solo raso ou mal conduzidas, é onde se observa indícios de perda do potencial produtivo, principalmente nas que estão em floração (16%). As que se encontram nas demais fases, o padrão é considerado dentro da normalidade, mantendo-se até o momento as expectativas de iniciais de produção. Nesse sentido, os rendimentos obtidos na área já colhida, tanto em grão como em silagem (10% do total), ficaram bem acima do esperado. Atualmente, 24% das lavouras de milho no Estado estão em desenvolvimento vegetativo, 34% em enchimento de grãos, 16% estão maduras e por colher e 10% já estão colhidas.

Bovinocultura de leite – O rebanho leiteiro apresenta boas condições nutricionais e sanitárias. Com a intensificação do uso das pastagens de verão, os criadores que adotaram a prática do pastoreio rotativo, intercalando o uso de espécies forrageiras anuais e perenes, garantem o aumento da produção de leite. As pastagens nativas e cultivadas também foram beneficiadas pelas chuvas que amenizaram as altas temperaturas, que vinham causando estresse térmico nos animais, principalmente nas propriedades que têm arborização deficiente em torno das áreas de pastagens, onde o gado possa se abrigar dos raios solares. Em algumas propriedades, as constantes faltas de energia elétrica e as altas temperaturas estão prejudicando o resfriamento do leite. Os preços do leite pagos aos produtores baixaram, mas ainda são considerados bons.

ABACAXI E UVA

No Litoral Norte do RS, as temperaturas elevadas e a alta umidade têm favorecido a cultura do abacaxi. É importante ressaltar que o tempo seco, quando é demais, não é favorável à cultura, pois o fruto tende a estacionar o amadurecimento quando tem pouca umidade relativa no ar. A combinação de chuva e calor é extremamente benéfica para o amadurecimento natural da fruta.

No momento, segundo informação dos produtores, o preço de venda nas lavouras em grandes quantidades de abacaxi varia de R$ 0,80 a R$ 1,10 a unidade. O aumento de turistas nas praias favorece significativamente as vendas de abacaxi nas feiras e nas ruas. A venda direta ao consumidor é extremamente benéfica, tanto para o consumidor, que adquire um produto mais fresco e com valor mais em conta, bem como para o agricultor familiar, que pode receber um preço melhor pelo seu produto, pois elimina o intermediário.

As uvas viníferas na região da Campanha recebem tratamentos fitossanitários e estão com muito boa condição de produção. As uvas de mesa estão em início de colheita, com boas perspectivas de produção e qualidade. Na região do Vale do Taquari, onde o cultivo de videiras é quase que exclusivo de uvas americanas, estão em colheita as cultivares de ciclo precoce, como Niágara e Bordô. No município de Vale Real, no Vale do Caí, onde são cultivados 255 hectares de videiras da cultivar Niágara (branca e rosa), a colheita está no seu auge. Além das Niágaras, também estão em colheita as cultivares Bordô, Isabel Precoce e Seyve Villard. A perspectiva é de término da colheita das Niágaras em duas semanas.

Foto de Kátia Marcon

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