Diário da Manhã

Clemer Melo da Silva comandou apenas um treino no Brasil, mas o time já mostrou, na prática, mudança na forma de jogar em função da orientação do treinador. A principal delas é que a equipe não tem a mesma intensidade do tempo de Rogério Zimmermann. O modelo de jogo prioriza a posse de bola e a troca de passes. Também mudou o esquema tático, que passou do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1. O mais importante de tudo, porém, foi a vitória de 2 a 1 diante do Paysandu, sábado, no Bento Freitas, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.

Ao final do jogo, Clemer pediu paciência, dizendo que o resultado de seu trabalho irá aparecendo com o decorrer dos jogos. “Não se pode chegar e mudar tudo. Me surpreendi com a entrega de todos. A equipe do Brasil não é ruim é uma equipe boa”, comentou o treinador, informando que deu preferência – na única atividade de treino na sexta-fera à noite – para corrigir o posicionamento do sistema defensivo. Afinal, ele encontrou o Brasil com a defesa mais vazada entre os 20 participantes da Série B: 26 (agora são 27 gols) em 16 jogos.

“Corrigi a bola parada defensiva. O Brasil vinha cometendo muitos erros. A defesa estava muito exposta. Trabalhamos em cima disso”, afirmou, citando o caso de João Afonso, que foi lançado por ele na equipe principal do Internacional em 2013. “Eu chamei ele e perguntei: ‘Quem foi quem te disse que tu és segundo volante, quase um meia?’. Tens que jogar como primeiro volante, porque vais ser o melhor (da posição) no Brasileiro”.

Clemer tratou também de trabalhar o lado emocional do elenco. “Encontrei um vestiário que parecia um velório. Os jogadores sem confiança. E jogador sem confiança não consegue resultado”, ressaltou o treinador, que só demonstrou irritação durante o jogo, quando Marcinho foi expulso no segundo tempo.

Clemer tentou arrumar a defesa e dar confiança aos jogadores

Avançou

A vitória de 2 a 1 diante do Paysandu, sábado, no Bento Freitas, permitiu que o Brasil ganhasse uma posição na tabela de classificação da Série B. Subiu para a 15ª colocação, ultrapassando exatamente a equipe paraense. O mais importante é que abriu três pontos de diferença para a zona de rebaixamento. Quando a partida começou, o Xavante tinha a mesma pontuação do Luverdense, que é o primeiro time do Z-4.

Clemer não terá tempo para treinar a equipe antes da próxima partida. Amanhã, às 19h15, o Brasil enfrenta o ABC, em Natal. A delegação rubro-negra viajou na tarde de ontem, depois de uma atividade leve no final da manhã de domingo. O desfalque no jogo desta terça-feira é Marcinho, que foi expulso no sábado. A vaga deve ser ocupada por Juninho. Evaldo fica à disposição do treinador, após cumprir suspensão.

“Não sou de mudar muito a equipe. Sou de trabalhar e repetir a escalação”, adiantou Clemer.

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