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CARNAVAL : Entidades rejeitam verba de R$ 300 mil

CARNAVAL : Entidades rejeitam verba de R$ 300 mil
04 novembro
09:38 2015

Até agora a Prefeitura está sem proposta oficial para a Folia

Não houve entendimento entre o governo e os carnavalescos durante a reunião que durou quase quatro horas, no plenário do Legislativo, entre vereadores, representantes de entidades e o secretário de Cultura, Giorgio Ronna, para debater o Carnaval de 2016.

A única decisão foi que a subvenção de R$ 300 mil da Prefeitura não será aceita sem que haja uma proposta oficial para a festa.

Somente ao final da reunião, e depois de questionado por representantes de entidades e vereadores, o secretário finalmente respondeu à principal pergunta: qual é a proposta do governo para o Carnaval de 2016? “Essa resposta eu não tenho,” disse Ronna. Ele também não soube responder onde a festa será feita: “não sei.” E completou: “esse modelo que vinha sendo feito a Prefeitura não tem como pagar”.

O secretário deixou claro que não tem nenhuma ingerência sobre os recursos destinados à sua pasta. “Quem determina os cortes é a administração”, explicou. Sua resposta levou os vereadores a decidirem chamar o secretário de Gestão Administrativa e Financeira, José Cruz, para responder os motivos que levaram o governo a cortar R$ 1,8 milhão do Carnaval.

Se a indefinição do governo vai “destruir o Carnaval”, como afirmou o presidente da Câmara, vereador Ademar Ornel (DEM), por outro lado também poderá provocar um corte profundo na rubrica da Secretaria de Cultura dentro do orçamento municipal de 2016.

LEGISLATIVO poderá cortar recursos da SECULT no Orçamento de 2016

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O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, vereador Marcos Ferreira (PT), disse que na discussão do orçamento para o ano que vem, que já está no Legislativo, vai propor “esvaziar dinheiro de outras áreas que não são tão importantes como é o maior show de cultura de nossa cidade, o Carnaval”.

PROMESSAS – O presidente da Câmara cobrou as promessas feitas pelo prefeito Eduardo Leite, desde seu primeiro ano de governo, de que faria uma grande festa. Segundo ele, o que ocorreu foi que a administração “destruiu o Carnaval, acabou com o patrimônio cultural de Pelotas”.

O parlamentar disse que faltando apenas dois meses para a realização da festa, nem o próprio secretário de Cultura “sabe onde será realizada.”

Já o vereador Ricardo Santos (PDT) quis saber se a Prefeitura pretende mesmo lançar o edital de seleção pública que poderá trazer entidades de fora de Pelotas para se apresentarem no período da festa. A questão levantou outra polêmica que o secretário não soube responder. Ao mesmo tempo em que disse que não haveria edital, Ronna afirmou que poderá haver, sim, uma seleção para as entidades carnavalescas de Pelotas, mas “não podemos negar que outras cidades participem”.

Os vereadores deixaram claro que, a partir da recusa da Assecap em receber os R$ 300 mil, os recursos deverão ser destinados à área da saúde, e não distribuídos para entidades de fora de Pelotas. Também participaram da reunião os vereadores Beto Z3 (PT), Conceição Monhsann (PT), Marcus Cunha, Rafael Amaral (PP), e Luiz Henrique Viana.

DESENTENDIMENTOS – Ronna ainda tentou convencer o presidente da Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas, Jorge Vasques, a se reunir esta semana, para “que vocês apresentem suas prioridades”, mas a proposta não foi aceita.

“Quem planeja o Carnaval é o governo, porque não nos chamaram antes para conversar?”, questionou Vasques, mostrando ofícios datados desde abril deste ano, em que a Assecap solicitava reuniões com a Secretaria de Cultura. “Por que não foram honestos para dizer que não queriam fazer o Carnaval, antes que essas pessoas (os carnavalescos) fizessem contratos, assumissem dívidas que talvez não possam pagar?”

Durante todo o tempo que durou a reunião, o secretário foi interpelado pelo público, e, a cada resposta que trazia insegurança quanto ao futuro da festa, também recebia manifestações musicais de um grupo de integrantes da Xavabanda.

Diretora da Escola de Samba “Anjos o Lar”, a carnavalesca Jane disse que 2016 “seria o primeiro ano que nossas crianças iriam a concorrer. Já estamos com enredo, com o samba pronto. O que dizer para essa comunidade? Que a Prefeitura cortou a verba do Carnaval? Onde é que vou colocar as crianças para desfilar? Na vila onde elas moram? Somos pessoas honestas e vamos pagar nossos contratados”, completou a carnavalesca.

 

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