Diário da Manhã

terça, 16 de abril de 2024

Notícias

CULTURA POPULAR: Descentralizar o Carnaval

22 setembro
17:47 2014

Quarta (24/9) às 18h30min no Casarão 8, Conselho Municipal debate cultura popular

Por Carlos Cogoy

COORDENADOR Jonas Fernando (chapéu) e visitantes da 3ª Feira da Cara Preta FOTOS: Giovane Lessa

COORDENADOR Jonas Fernando (chapéu) e visitantes da 3ª Feira da Cara Preta
FOTOS: Giovane Lessa

Em Porto Alegre o Carnaval na Cidade Baixa é participativo. A manifestação também acontece em outros bairros da capital gaúcha. No “sambódromo”, que dispõe de boa iluminação, desfilam as entidades que participam dos concursos. Para ira até a passarela, o folião já abre mão de certa espontaneidade. Além do gasto, o traje deve estar condizente com a grande a festa. Nas comunidades, porém, basta sair de casa e brincar ao som da batucada. A principal vestimenta é a alegria. Observações do pelotense Estevão Fontoura Ribeiro, que poderão ser debatidas na reunião de quarta às 18h30min. Na sede do Museu do Doce – casarão 8 à Praça Cel. Pedro Osório -, acontecerá reunião aberta sobre cultura popular. A iniciativa é do Conselho Municipal de Cultura, que convida a comunidade para a roda de conversa.

CARA PRETA – Estevão participou da 3ª Feira da Cara Preta – idealizada pelo artista visual Jonas Fernando -, que foi realizada no Mercado Público. Há 28 anos residindo fora da cidade natal, Estevão está radicado em Esteio. Carnavalesco, periodicamente visita Pelotas. Na Feira da Cara Preta, ele expôs quase três dezenas de camisetas de entidades carnavalescas. Desde escolas de samba como Academia, Ramiro, Telles e Unidos de Vila Isabel do Rio de Janeiro, até blocos e bandas como a  “Familia”, que o presenteou com duas camisetas estilizadas durante o evento. Além das camisetas, Estevão também divulgou poesias. Ele é autor de centena de poemas, que apresentam “cenas carnavalescas”. A exemplo, a trajetória da menina que começou desfilando na ala infantil e, transcorrendo a existência, vai passando por diferentes fantasias, até chegar a ala das baianas na velhice.

ESTEVÃO Fontoura Ribeiro

ESTEVÃO Fontoura Ribeiro

FOLIA em Pelotas para Estevão perdeu identidade musical ao “carioquizar” o ritmo. Assim, ao invés da riqueza do sopro que, há algumas décadas proporcionava sonoridade diferenciada, a cadência previsível do cavaquinho. Estevão recorda que os músicos, provenientes das bandas da Brigada e Exército, contribuíam com arranjos e até algumas “frases jazzísticas”. Lendo partituras, dispunham de informações para aprimorar a qualidade musical no desfile. Em relação ao perfil do carnaval pelotense, o poeta destaca a empolgação popular com os blocos burlescos. E arremata que tal apelo, numa “passarela anárquica”, não acontece em Porto Alegre. Para o carnavalesco – letrista que participou do festival de sambas-enredos da General Telles em 2009 -, foi acertada a passarela no Porto. Ele considera como “volta às raízes”, já que sua família foi fundadora do bloco “Tesoura”.

 

COLEÇÃO de camisetas de Estevão foi exposta em varal no Mercado

COLEÇÃO de camisetas de Estevão foi exposta em varal no Mercado

PARCERIA com a Frente Negra Pelotense. Aposentado como técnico-mecânico da Petrobras, Estevão nas vindas à cidade conheceu o guardador de carros Giovane Lessa. Das conversas informais surgiu a parceria para projetos em comum. E a participação na Feira da Cara Preta, a convite de Giovane – coordena a Frente Negra Pelotense -, foi mais umas atividades em conjunto. Giovane também tem contado com o apoio de Estevão nos compromissos da militância afro-gaúcha em Porto Alegre. Na literatura, o poeta pelotense já publicou em co-autoria o opúsculo “Entre amigos”.

 

Notícias Relacionadas

Comentários ()

Seções