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sexta, 19 de abril de 2024

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DANÇA DOS ORIXÁS : Participação do negro na história do Município

DANÇA DOS ORIXÁS : Participação do negro na história do Município
20 março
08:38 2019

Luzes, sons e sentimentos dão tom e cor ao espetáculo cultural e artístico Dança dos Orixás, promovido pela Charqueada São João e a Cia de Dança Afro Daniel Amaro, com o apoio institucional da Prefeitura de Pelotas.

As apresentações ocorrem nos dias 12 de maio, data dedicada ao Preto Velho nas religiões afro; 22 de setembro, dentro da Semana do Turismo de Pelotas; e 17 de novembro, em homenagem a Semana da Consciência Negra, levando ao local aonde acontecem – em frente à antiga senzala da Charqueada São João, construída em 1803 – muita dança, música e capoeira.

A ideia é ajudar a compor a cultura afro-brasileira em Pelotas, ressignificando o negro e sua participação na história do município.

“O negro não foi só escravo, ele ajudou a construir nossa cidade, tinha suas crenças e estas influíram muito do que somos hoje”, garante o criador do projeto, o coreógrafo Daniel Amaro.

Segundo Amaro, a Dança dos Orixás é um exemplo do sincretismo que permeava a religiosidade negra no passado, e que hoje faz parte da cultura de forma natural.

Na história — que começa a ser contada na entrada da Charqueada e percorre todo um trajeto, pensado para destacar cada aspecto da narrativa —, Bará, Ogum, Oxum e Oxalá vão se integrando ao espetáculo, e juntos vão mostrando a dor, mas também a vida e capacidade de superação do negro. “Se no passado aqui foi um sítio de suplício, como designou o poeta Wally Salomão para o Pelourinho, em Salvador (BA), hoje a Charqueada é espaço para aprendizado, reflexões e reconhecimento da cultura afro”, afirma Amaro.

 DANIEL Amaro, criador do projeto

DANIEL Amaro, criador do projeto

Para reforçar o aspecto artístico, cada orixá é representado por um movimento específico de dança e a narrativa é feita por uma atriz, que vai apresentando os bailarinos em seus papéis, culminando na Dança dos Orixás realizada em frente à antiga senzala e acompanhada pelos tambores dos ogans, percussionistas nas liturgias das religiões de matriz africana. Ao todo, 11 artistas compõem o espetáculo, que já foi apresentado em Minas Gerais e em Porto Alegre, sem contar os 11 profissionais que atuam nos bastidores do show.

PROGRAMAÇÃO AMPLIADA

Desde que estreou, em maio de 2017, cerca de 2.350 pessoas já assistiram o show noturno, que utiliza a luz e o poder dos tambores como elemento dramático. Ao todo, oito foram realizados, sem contar a participação em eventos externos. Em 2019, a encenação terá um diferencial: será precedida por oficinas de dança e teatro em escolas municipais do entorno da Charqueada, no Areal, assumindo um aspecto mais pedagógico. Também será realizada a 8ª Mostra de Teatro e Dança de Origem Africana, no dia 16 de novembro.

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