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Eleições 2016: Apenas 3 em cada 10 candidatos são mulheres

Eleições 2016: Apenas 3 em cada 10 candidatos são mulheres
29 setembro
09:45 2016

No Brasil, as mulheres são 52% do total de eleitores aptos para votar em 2016, mas essa porcentagem não se reverte em representatividade de candidatas nos municípios. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 32% de todas as candidaturas (prefeito, vice e vereador) para as eleições deste ano são de mulheres. São 158.445 candidatas.

Isso significa que a cada dez candidatos na disputa pelas vagas de prefeito, vice-prefeito e vereadores no próximo dia 2 de outubro, apenas três são mulheres. O percentual está abaixo também da média da população brasileira. No país, a cada 10 pessoas, 5 são do sexo feminino.

Para prefeitura, os números são ainda mais distantes: apenas 12,97% são candidatas mulheres. Além disso, o número teve queda com relação à eleição de 2012. De acordo com dados do TSE, são 2.148 concorrentes do sexo feminino contra 14.411 homens na disputa pelo cargo nas eleições de 2016. Há quatro anos, o número de candidatas era o equivalente a 13,39%, quando havia candidaturas de 2.026 mulheres contra 13.101 homens.

Desde 2009, os partidos brasileiros são obrigados por lei a destinar 30% de todas as suas candidaturas ao legislativo para mulheres. Além disso, as legendas devem dar condições e suporte as mulheres candidatas participarem da eleição. Por isso, devem destinar às mulheres o tempo mínimo de 10% da propaganda partidária em todas as emissoras. A legislação prevê, ainda, que o partido que não cumprir essa determinação seja punido com a cassação de tempo equivalente a cinco vezes ao da inserção ilícita.

Segundo o TSE, os percentuais de gênero devem ser observados não só no momento do registro de candidatura, como também em eventual preenchimento de vagas remanescentes e na substituição de candidatos.

Confira a evolução no número de candidaturas de mulheres desde as eleições de 2000:

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Representação por partido

Entre os partidos com mais mulheres na disputa, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) é o que apresenta maior porcentagem, com 43% das candidatas. São 1.923 das 4.477 pessoas participando das eleições pela legenda. Depois do PMB, estão PSTU (39,2%), PT (34,4%) e Partido Novo (32,6%).

O partido com o pior quantitativo de representação feminina é o PCO, com 29% ou 25 dos 60 candidatos. Em seguida, temos PDT (30,7%), PSD (30,8%) e PSB (30,9%).

Ocupação

Das 158.445 mulheres que concorrem a cadeiras no Legislativo ou Executivo municipais nessas eleições, 24.387 declararam que são donas de casa, o que representa 15,4% do total. Outras 11.982 (7,6%) disseram que são servidoras públicas (federal, estadual ou municipal), segundo os dados estatísticos da Justiça Eleitoral. Essas são as principais ocupações citadas pelas postulantes aos cargos.

Entre os mais de 338 mil homens, a atividade mais desempenhada é a de agricultor. Mais de 28 mil são agricultores, o número representa 8,3% dos candidatos. Seguida por servidor público (27.777) e comerciante (24.830).

Histórico

Na corrida por lugares nas câmaras municipais, as mulheres representaram 20,3% dos competidores em 2008. Em 2004, eram 22,1% e, em 2000, 19%. Nas eleições municipais de 2000, 7.001 mulheres se tornaram vereadoras. No entanto, a participação feminina caiu para 6.555 eleitas em 2004 e 6.512 em 2008.

Em 2012, houve um grande aumento, com 12.6514 mulheres eleitas vereadoras. O fenômeno poderia ser explicado pela mudança da política de cotas, em vigor desde 2009. O número total de candidaturas femininas saltou de 72,4 mil em 2008, (21,9%) para 133 mil em 2012 (31,5%).

Para as prefeituras, em 2008, 10,5% das candidaturas foram femininas. Já em 2004, as mulheres eram 9,5% dos candidatos e, em 2000, eram 7,5%, segundo dados do TSE.

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