Embrapa e Parceiros apresentam Controle Leiteiro como Incremento à Produção Leiteira
A Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS, em conjunto com Emater/RS-Ascar, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul, a Cooperativa Sul-Rio-Grandense de Laticínios Ltda. (Cosulati) e a Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar) preparam para o dia 5 de novembro, o Dia de Campo Produção de Leite, na Estação Experimental Terras Baixas, uma das bases físicas da unidade de pesquisas, situada em Capão do Leão/RS. A expectativa é reunir produtores da bacia leiteira da Metade Sul do Estado e colocar à sua disposição tecnologias demandadas pelo setor de produção trabalhadas pelas unidades de pesquisa da Embrapa e instituições parceiras, voltadas à produção leiteira.
O dia de campo vai contar com quatro estações, começando às 8h30 e estendendo-se à tarde, até às 17h.
Tema apresentado: o controle leiteiro
Uma das estações do Dia de Campo tratará sobre Controle Leiteiro. Segundo as pesquisadoras responsáveis, Maira Zanela e Maria Edi Ribeiro, o controle leiteiro é uma prova zootécnica que consiste na pesagem e registro da produção individual das vacas leiteiras. Realizada mensalmente, compreende também a coleta de amostras para caracterização da composição do leite (teores de gordura, proteína bruta, lactose e sólidos totais) e da sanidade do úbere dos animais (contagem de células somáticas), além da anotação de dados referentes aos índices reprodutivos: data de nascimento, data de parto, número de partos, tempo de lactação, etc.
O controle leiteiro apresenta diversas finalidades:
- Seleção de animais de elevado valor zootécnico: identificação de vacas com elevadas produções(controle leiteiro oficial*);
- Publicidade ou promoção: realização de concursos leiteiros, premiações, destaques da raça;
- Pesquisa e desenvolvimento: estatísticas reais de produtividade, ações direcionadas a realidades regionais;
- Estratégia de gestão de rebanho: utilização das informações para direcionamento do manejo do rebanho.
* Para o controle leiteiro oficial, o produtor deve entrar em contato com as associações de criadores: ACGJRGS ou GADOLANDO.
A realização e utilização das informações geradas pelo controle leiteiro é útil para todos os sistemas de produção de leite, inclusive em casos de animais cruzas ou mestiços.
Durante a estação o produtor poderá ter acesso às informações de como pode ser feito o controle leiteiro. Segundo as pesquisadoras para realização do controle leiteiro, o produtor deve inicialmente anotar as informações dos seus animais de forma individual (por vaca), podendo ser em fichas, planilhas ou até mesmo em um caderno.
As informações a serem anotadas são: raça, data de nascimento, filiação, data de parto, número de partos, sexo da cria e identificação, e observações gerais (peso, mastites, doenças, tratamentos realizados).
Também o momento vai servir de instrução de como devem ser realizados os procedimentos de coleta das amostras de leite. Os estudos nesta área recomendam que mensalmente, o produtor deve fazer a coleta de leite e anotar o volume produzido por cada animal. A forma de coleta depende do equipamento de ordenha que o produtor tenha, podendo-se utilizar medidores individuais de leite, copos coletores acoplados a ordenhadeira, coleta nos tarros (ex: ordenhadeira balde ao pé) e coleta em balde (ex: ordenha manual).
As etapas para coleta são:
- Realizar a ordenha completa (todo o leite do animal) e anotar o volume produzido;
- Homogeneizar o leite (com agitador ou concha de cabo longo);
- Coletar ½ frasco (utilizar frascos do LABLEITE);
- Agitar o conservante e identificar o frasco;
- Colocar na geladeira;
- Repetir a coleta na 2º ordenha*, completando a outra metade do frasco;
- Agitar o leite, colocar na geladeira e enviar para o LABLEITE.
* No caso de 3 ordenhas/dia, deve-se fazer a coleta preenchendo frações proporcionais do leite das 3 ordenhas.
É importante destacar na coleta de amostras, que o leite deve ser pesado e a amostra coletada sem que ocorra a mistura do leite de um animal para outro. A amostra deve representar o leite produzido pelo animal durante um dia. Isto é fundamental pois a composição do leite varia conforme a fração da ordenha (início e fim) e conforme o turno de ordenha (manhã e tarde).
Para enviar as amostras para o LABLEITE, o produtor deve inicialmente preencher um cadastro no laboratório, e após a coleta encaminhar as amostras acondicionadas em caixas isotérmicas com gelo reciclável, o mais rápido possível, acompanhadas da ficha de coleta.
Tempo Coleta – Análise: máximo 7 dias;
Temperatura chegada da amostra ao LAB: máximo 10 °C
A utilização dos resultados poderá auxiliar na tomada de decisões de manejo como: adequação de dietas; secagem de animais; identificação de animais com mastite subclínica; avaliação dos parâmetros reprodutivos; categorização do rebanho; estabelecimento de metas reais de evolução do rebanho e do sistema de produção, etc. O produtor pode buscar orientação de um técnico ou auxílio da Embrapa sobre como utilizar essas informações.