Diário da Manhã

sexta, 29 de março de 2024

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Fatos relevantes sobre a educação brasileira

Fatos relevantes sobre a educação brasileira
22 janeiro
15:25 2020

Os resultados do Enem 2019 não deixam dúvidas. O desempenho dos estudantes em quase todas as matérias piorou

A média das notas, segundo o Inep, baixaram com relação àquelas apresentadas no ano anterior. Isso é uma consequência de como a educação tem sido levada sem a devida importância que merece.

O Brasil é um país em franco desenvolvimento, e apresenta problemas que qualquer grande nação também tem. Mas há muito a ser pensado quando o assunto é educação. Nosso país, neste e em outros serviços, caminha em passos lentos. O Ensino brasileiro é avaliado anualmente através de sistemas como o Saeb, Ideb e o Encceja. E em todos o resultado não é muito animador. Domínio de disciplinas como a língua portuguesa, matemática, educação financeira, dentre outros são muito importantes e vitais. Mas diante da competitividade e falta de acesso, milhares de pessoas são prejudicadas.

O Governo Federal deve garantir 18% da receita em Educação; os Estados e Municípios também devem fazer sua parte, destinando 25% da receita para um direito considerado fundamental. Com tudo isso, há um grande trabalho a ser feito diante de fatos como estes:

– Segundo dados do PISA, o Brasil está em 53º entre os 65 países avaliados em termos de educação.

– Cerca de 97% de jovens com idades entre 7 e 14 anos frequentam as escolas. Mas o desafio é que esse número chegue em 100% até 2020 e mais de 1,5 milhão de pessoas passem a frequentar as salas de aula.

– Mas a questão não é somente frequentar as salas de aula. É ter também domínio da leitura. O desafio é que crianças até 8 anos de idade sejam capazes de ler e interpretar textos. Os dados por enquanto são fracos, já que somente 61% de estudantes do 5º ano sabem interpretar um texto.

– Não só a língua portuguesa apresenta dificuldades. Cerca de 65% dos estudantes do 5º ano não sabem fazer cálculos simples. Somente 7% de jovens do Ensino médio sabem resolver questões que envolvam porcentagem.

– Também não é surpresa quando o assunto é a língua inglesa: o Brasil aparece com a sétima colocação entre os países da América do Sul — o que representa uma baixa posição e atrás de países como Peru, Bolívia, Chile e outros. Esses resultados tem um impacto muito grande quando pensamos nos benefícios que o conhecimento de uma língua estrangeira traz para qualquer pessoa nos dias de hoje.

– Muitos alunos estão fora de faixa. Apenas 45% dos jovens conseguiram terminar os estudos do Ensino fundamental na idade certa. Esses alunos repetentes trazem um aumento de custos nas escolas.

– E tal fato se torna ainda mais alarmante quando pensamos que muitos adultos entre os 25 e 64 anos sequer chegaram ou chegarão a terminar o Ensino Médio por causa da evasão escolar. O abandono escolar é maior entre jovens que venham de famílias pobres. A renda familiar é algo que faz com que muitos abandonem os estudos para se dedicar ao sustento. Tal fator foi diminuído nos últimos anos através de programas que como o Bolsa Família. Mas ainda não são suficientes já que não há uma igualdade de oportunidade para o desenvolvimento de todos.

– Outro problema é o analfabetismo. Ainda hoje há cerca de 12 milhões de pessoas que são consideradas analfabetas. Com isso o país é o sétimo entre os 10 países mais desiguais no mundo, ficando atrás somente de países da África.

Não há como se falar em educação sem tocar em um assunto crítico para o Ensino: os baixos salários dos profissionais de educação. Este é um legado de anos de descaso que acabou contribuindo para uma baixa procura na área, e muitos profissionais deixando a profissão. Hoje há cerca de 2 milhões de profissionais dessa área, mas metade deles estão insatisfeitos e se sentido desvalorizados.

O salário médio de um professor, que tem uma formação média superior de quatro a seis anos (acrescidos de especialização), fica muito abaixo do esperado para qualquer profissional de nível superior. Poucos jovens estão interessados em ingressar numa carreira pouca atrativa e que muitas vezes não permite fazer cursos de aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional. São necessários, nesse caso projetos que contemplem e ampliem a remuneração, permitindo planos de carreira e valorização profissional.

Mas não somente os profissionais de educação são os responsáveis. As escolas não oferecem tantas oportunidades e meios para que estes possam desenvolver suas aulas. No Brasil não é incomum encontrar escolas que estão em prédios que não apresentam estrutura física ideal. Muitas não têm meios suficientes e podem até mesmo ser insalubres.

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Outro fator que também influencia na educação é a dedicação dos pais. Muitos não auxiliam ou incentivam seus filhos a aprenderem. Mas isto também é fruto de uma educação defasada há décadas. Combater esses fatores é o maior desafio da educação brasileira. E tentando solucionar esses problemas talvez possamos melhorar esses números ao longo desta década. Um desafio em tanto, já que somente com a educação podemos ter pessoas mais conscientes e um potencial crescimento econômico.

Imagens: Usp Imagens/ Educação.uol.com.br

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