Diário da Manhã

Sexta-feira às 19h na Feira do Livro, a pesquisadora e escritora Olga Pereira estará autografando dois livros

Por Carlos Cogoy

A cultura do medo como diagnóstico de um tempo de incertezas. Em especial na realidade brasileira, o tema ganha outra dimensão, considerando-se as perspectivas para o País a partir de 2019. Mas, bem antes da eleição à Presidência, a pesquisadora pelotense Olga Pereira, debruçou-se sobre a questão no seu trabalho de “pós-doutoramento”. O resultado está sendo compartilhado através da publicação de livro. E “DesHumanidade – a cultura do medo”, terá lançamento na programação da 46ª Feira do Livro. Além da pesquisa, a autora, que integra a Academia Pelotense Letras, também estará lançando “Racismo no barbante da pipa”. Além dos livros, público também poderá adquirir os seis livros já publicados por Olga Pereira. A participação da autora será na sexta-feira às 19h.

OBRAS – Olga menciona sobre os livros: “’O racismo no barbante da pipa’, retrata o cotidiano de negros e negras, diante das mais diversas formas de manifestações do racismo e da discriminação racial. Já o outro volume, ‘DesHumanidade a cultura do medo’, refere-se aos rumos da humanidade e seus dilemas tão recorrentes. Enfatizo que não é objetivo do livro enaltecer a desesperança como regra, tampouco lançar sobre o futuro todos os fardos da desumanidade, que tanto têm fragilizado as relações entre o eu e o outro. Seria ato irresponsável ignorar que somos frutos de uma caminhada histórica na qual conflitos análogos, marcaram esse estar no mundo carregado de medos e de tantas incertezas. ‘DesHumanidade: a cultura do medo’ transita entre o olhar mais atento e aquela parada no cais, em que as dores do mundo buscam incansavelmente uma versão menos hostilizada sobre o destino dos homens e da sociedade”.

MEDO – A autora acrescenta: “Vivemos permanentemente numa cultura do medo, onde valores humanitários estão se perdendo em cada esquina. Gostaria de ter sobre o destino da humanidade, um olhar mais otimista. Procuro, através do livro, fazer esses chamamentos, uma espécie de acordar como forma de resgate de valores como empatia e alteridade”.

OBRAS – Olga salienta que os seus livros podem ser encontrados na Livraria Vanguarda. Na trajetória, publicou: “Reinterpretando silêncios: reflexões sobre a docência negra na cidade de Pelotas”; “Cicatrizes da Escravidão, da história ao silenciamento”; “Dias em que o ego precisou dormir mais cedo”; “O negro no espelho: legado e oralidade”; “Roza Gonzales: a mulher que driblou a loucura”; “Vozes&Versos: o dito e o que ficou por dizer”. De acordo com a escritora, houve acolhida, interesse e repercussão. Com isso, restam poucos exemplares dos livros. E Olga destaca “Reinterpretando silêncios…” que, além de circular em diferentes Estados, também já chegou a países como Alemanha, Estados Unidos, Angola e Chile.

Escritora Olga Pereira

SILÊNCIOS – A obra “Reinterpretando silêncios…”, resulta da tese de doutorado, e está na segunda edição. Ela explica: “Meu olhar foi sobre os docentes negros e negras da cidade de Pelotas, ou seja, como esses docentes, pertencentes a instituições de ensino das redes particular, municipal, estadual e federal, percebem o racismo institucional. Em especial na sociedade pelotense que, herdeira de uma história marcada pelo período charqueador permanece, salvo algumas exceções, discriminando o negro nesses espaços. Lamentalvemente o que pude perceber através das vozes desses docentes, é que a cidade de Pelotas, mesmo que insista em enaltecer o mito da frágil democracia racial, continua depreciando o negro e sua intelectualidade a partir do pigmento da pele. É recorrente a discriminação sentida e, não raras as vezes que a presença, seja como docente ou num cargo de gestão, seja duramente estranhada por alguns não negros. É lamentável perceber o quanto negros e negras continuam sendo destratados nas repartições de ensino, bancos e na própria sociedade pelotense”.

LITERATURA NA ESCOLA DOM JOÃO BRAGA – Nesta quarta às 19h, escritora pelotense Claudia Priscila Hackbart (ao centro na foto), estará palestrando na Escola Estadual Dom João Braga. Conforme o diretor Marcelo Denis, o evento reunirá alunos dos ensinos fundamental e médio, bem como do EJA. Cláudia já lançou os livros “E se o destino soprar?”, “A liga escolar” e “Quando o destino sorri pra você”. O conto “Asteria, a estrelinha aventureira” integra a antologia “A vida no fundo do mar”, que, em outubro, teve lançamento em Paris. No sábado às 19h na Feira do Livro de Pelotas, ela autografará seu novo romance “O último Einstein”.