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terça, 23 de abril de 2024

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Fim da era Zimmermann

Fim da era Zimmermann
21 julho
08:24 2017

Maus resultados na Série B causam demissão de treinador do Brasil

Cinco derrotas nos últimos seis jogos e campanha ruim na temporada causou o desligamento do técnico Rogério Zimmermann do Brasil. É o fim da era RZ, que se estendeu por cinco anos e três meses nesta segunda passagem dele pelo clube. O presidente Ricardo Fonseca explicou a saída do treinador, apontando que o desgaste se deu apenas “pelos maus resultados”. Junto saiu também o preparado físico João Beschorner e o auxiliar-técnico Zeca Martins. Apenas Alex Lessa, treinador de goleiros, segue no Bento Freitas.

Rogério Zimmermann chegou ao Brasil no dia 22 de maio de 2012. Pegou o clube na segunda divisão gaúcha e o colocou na Série B nacional. Foram três acessos seguidos (um estadual e dois nacionais). O prestígio do treinador começou a ser abalado no Campeonato Gaúcho, quando o Xavante escapou do rebaixamento pela combinação de resultados. A diretoria decidiu mantê-lo no cargo para o Brasileiro da Série B.

Rogério Zimmermann ficou cinco anos no comando da equipe do Brasil: aproveitamento caiu em 2017

Rogério Zimmermann ficou cinco anos no comando da equipe do Brasil: aproveitamento caiu em 2017

Na competição nacional, o Brasil vai mal: está à beira da zona de rebaixamento, com 17 pontos. O time sofreu seguidas goleadas fora de casa: 4 a 0 para o Luverdense, 4 a 1 para o Paraná e perdeu duas vezes por 3 a 0 para América e Santa Cruz. Possui ainda a pior defesa da Série B, com 26 gols em 15 jogos. A gota d’água foi a derrota de terça-feira em Curitiba. Zimmermann estava também desgastado com os torcedores, que o criticavam pelas redes sociais.

Nas duas passagens pelo clube, Zimmermann dirigiu a equipe em 408 jogos. São 188 vitórias, 128 empates e 92 derrotas. O ataque xavante marcou 574 gols e a defesa tomou 347. Na segunda passagem, o treinador dirigiu o time em 280 jogos.

Busca por técnico “tipo sanguíneo”

O anúncio do desligamento de Rogério Zimmermann foi anunciado no começo da tarde desta quinta-feira. A decisão da diretoria do Brasil chegou a ser surpresa, porque o treinador tinha sido mantido em outros momentos que esteve seriamente ameaçado no cargo. “Quando tem derrota em cima de derrota, não tem o que fazer, tem que mudar”, explicou o presidente Ricardo Fonseca em entrevista coletiva concedida logo depois do anúncio oficial da saída Zimmermann.

O primeiro desafio Ricardinho e do gerente-executivo Armando Desessards (sem RZ na Baixada) é contratar o treinador. “Queremos um treinador com perfil sanguíneo”, disse o presidente, que espera acertar com o novo técnico nesta sexta-feira – a tempo que ele possa comandar a equipe no jogo de sábado, às 19h, diante do Paysandu, no Bento Freitas. “Vamos tentar contratar, mas não é fácil”, reconheceu.

Se não tiver técnico contratado, a equipe será comandada pelo analista de desempenho Marcos Zambiasi e o preparador de goleiros Alex Lessa. O Brasil precisa vencer o próximo jogo, porque corre o risco de entrar na zona de rebaixamento.

Queda do comandante

Por cinco anos e três meses, Rogério Zimmermann foi o comandante do Brasil. Não apenas o comandante da equipe. Sua passagem pelo clube – como na vez anterior – deixou marcas em todos os setores. O crescimento do Xavante nestes cinco anos teve RZ como pilar. Afinal, o futebol é que carregou o clube na direção do desenvolvimento estrutural.

Zimmermann BrasilZimermann chegou ao Brasil em maio de 2012. Pegou um grupo com 40 jogadores. Time desacreditado. O primeiro ano foi de implantação de seu estilo de trabalho, com mudanças graduais e progressivas. Mesmo assim, ao final da temporada, o time xavante era vice-campeão da Copa Hélio Dourado, com vaga inédita assegurada na Copa do Brasil.

De 2013 em diante veio a escalada de acessos. O Brasil retornou à primeira divisão estadual; foi duas vezes campeão do interior (2014 e 2015) e assegurou dois acessos nacionais: entrou na Série D, passou pela C para chegar a B. Tornou-se o segundo técnico que mais comandou a equipe rubro-negra, com 408 jogos. Saiu seguramente como o treinador mais importante da história centenária do clube.

Consagrou uma forma de jogar: futebol competitivo, de intensa marcação, mas priorizando o equilíbrio. O desgaste é natural com o passar do tempo para que se expõe pela personalidade forte. Desgastou-se mais ainda por controlar tudo, fazer com que o Bento Freitas tivesse permanentemente sua seriedade. Desgastou-se por não aceitar opinião contrária à sua. É do tipo: “Eu que sei” e ponto final.

A saída de Zimmermann deixa um vazio de comando no Bento Freitas. O presidente Ricardo Fonseca terá que ser mais presidente a partir de agora. O gerente de futebol, Armando Desessards, terá que ser mais gerente. É preciso certamente ter novamente um vice-presidente de futebol. O sistema fechado, ditatorial caiu. A livre expressão está liberada na Baixada. Como o Brasil vai se virar agora com a liberdade?

Quem será o técnico?

A lista de treinadores para dirigir a equipe do Brasil é vasta e conta com os mais variados perfis. Clemer (foto) é um dos nomes mais citados. Ele está sem clube e mora em Porto Alegre. Também desempregado está Antônio Carlos Zago, que deixou o Internacional há pouco mais de um mês. Outra hipótese é Beto Campos, que poderia trocar o lanterna Náutico pelo Xavante. Tem o prestígio pela conquista do título gaúcho de 2017 pelo Novo Hamburgo. Julinho Camargo, Adilson Batista e Fernando Diniz são outros nomes citados desde a saída de Zimmermann.

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