Diário da Manhã

sexta, 29 de março de 2024

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HIP HOP: Show de lançamento do CD “100 limites”

15 setembro
17:32 2014

Por Carlos Cogoy

Guido CNR atualmente está radicado em Florianópolis

Guido CNR atualmente está radicado em Florianópolis

Dia 14 de setembro no auditório externo do Colégio Municipal Pelotense, houve programação especial do Hip Hop local. Na promoção, festa com o show de lançamento do CD “100 limites” do rapper  Guido CNR. Um dos fundadores da Banca CNR (Consciência Negra), grupo originário do Loteamento Dunas e, em atividade há mais de quinze anos, Guido esteve divulgando o novo CD solo. Na programação, além do show de Guido, participações de convidados. A festa integrou a Semana Estadual do Hip Hop, e não houve cobrança de ingresso. Organizadores, sugeriram a doação de quilo de alimento. Apoiadores: Girão Sport Center; King Wear Brazil; Negro Coka Produções; Verse; CNR.

ESPELHO – Guido menciona sobre a trajetória no Hip Hop: “São dezessete anos de ligação com o Hip Hop. Comecei como B-Boy – dançarino. Ouvia e curtia bastante os locais Calibre 12 e Gagui IDV, bem como o Racionais. Também escutava rappers norte-americanos. Fui criado no bairro Bom Jesus, o Rap veio junto com a minha vontade de protestar. E o aprendizado ocorreu quando fui morar no Dunas, onde vivi até quatro anos atrás. Saí para o centro devido a perseguição policial. Atualmente moro em Florianópolis. Pra mim, o Hip Hop representa um pouco de tudo, além de ser o principal responsável pela minha educação. Como cedo perdi meus pais, foi o Rap que me ajudou a ficar longe das drogas, contribuindo para me reeducar como ser humano. Tenho observado muitos molequinhos do Dunas e outros bairros, querendo ser o ‘Guido CNR’. Até algum tempo atrás, muitos apenas falavam que desejavam ser os bandidos mais ‘tops’ da área. Mas o Rap tem poder de mudança,  serve como um espelho. Nas minhas letras relato momentos que vivi, como enfrentei dificuldades e venci. Então soa como prevenção, e o jovem da periferia entende que também pode vencer. Para isso é necessário usar, de alguma forma, o seu talento”.

DISCOS – O rapper Guido já lançou oito discos. Cinco foram com o grupo “CNR”, dois solos e, com Glauco CNR, o ep “Loucos, viciados e revolucionários”. Sobre o novo disco ele divulga: “Tenho meu próprio estúdio que, além de gravar meus trabalhos, também serve como ganha pão, já que gravo vários outros grupos através da CNR Producões. Em relação ao ‘100 Limites’, é um disco que relata além de protestos sobre o cotidiano, também um pouco das minhas loucuras e do que foi meu lado obscuro. Ainda fala de mulheres e meu lado Punk. O trabalho exigiu quase dois anos, sendo gravado e mixado por mim. Contei com produtores locais como M2, Perello Beats, Md Beats, Tauã Silva e um ‘moleque’ de dezesseis anos. Ele disse que era um orgulho produzir meu disco, pois sempre foi meu fã. Ele não era nem nascido e eu já estava cantando. Seu codinome é Mateus Quevedo, e produziu seis faixas do disco”.

DISCO “100 Limites” abre com a faixa homônima – produção de Mateus Quevedo. Na sequência: “Monstros” – participações de Jonhguem e NG Mafia, e produção de M2 Beats; “Big Bang” – participações de JL e Vini, produção de Perello Beats; “Monstrão” – participações de Tuty e Glauco, produção de Mateus Quevedo; “Boa noite”; “Plaw” – participação de Kanhanga; “E da flow e da plow” – produção de Tauã Silva; “Lararara” – particição de Fill, produção de MD Beats; “Quebra tudo” – produção Tauã Silva; “Tá em Kza” – participação Glauco, produção NG Mafia; “Louca” – participação Glauco; “Mulheres e drinks” – participação Glauco, produção NG Mafia; “Strike” – produção Mateus Quevedo; “Atraque” – produção Mateus Quevedo; “Medo” – participação Glauco, produção Mateus Quevedo.

CONVIDADOS – No evento, apresentação a cargo de Macabra. Nas “picapes”, DJ Micha. No grafite, arte de Bizer. Em destaque o talentoso Fill, que  realizou pré-lançamento do CD “3 pintas em minha mente”. Também participaram: Dirty DL; Dirth $outh; Jonhguen; Komay; DuckBeats; Ic Tm; Resgate; Perello; Hd; JL; Matheus Duta e FD Fito; Halfway; DJ Pedrinho; Mc Babidi; Joe; DDF; Lord Dedi Wc.

MUDANÇAS – Guido tem viajado e apresentado shows em diferentes cidades. Ele salienta que o Rap pelotense tem muito talento e não está em desvantagem. Acerca do contexto social dá o recado: “Foco, persistência e profissionalismo pois quanto mais qualidade no trampo mais respeito se obtém. A culpa da violência, sem dúvida, é do governo. A política tem sido pela construção de mais presídios. A polícia opressora está nas ruas, e eu já vi de perto no que o presídio transforma os caras. Não é nada bom. O governo trabalha com repressão ao invés de prevenção. E o tapa na cara não te educa, ele te revolta. Então o investimento correto deveria ser nos bairros, em esportes como o futebol, basquete, boxe, e projetos para o caminho da prevenção”.

Zudzilla

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Pok Sombra

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Fill fará pré-lançamento

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DJ Micha nas ‘picapes’

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