Diário da Manhã

No CD “Fatos e Fatos” o jovem Luis Henrique Barcelos Duarte narra sobre a persistência na luta por dignidade. 

Rick já apresentou-se no Grito do Rock, Primavera Cultura Livre, bairro Santos Dumont, Wong Bar, Galpão do Rock, Sofá na Rua e Semana Municipal do Hip Hop.

Renovação no Rap (ritmo e poesia) pelotense. Em destaque o jovem Luis Henrique “Rick” Barcelos Duarte que, aos dezessete anos, está divulgando o CD “Fatos e Fatos”. Trata-se de “EP” com seis faixas, gravado e mixado por Paulo Celente no estúdio Trupe Beat em agosto. Participações de Mano Davi – um dos fundadores da Banca CNR -, “Vokalbeats” e “Nego Lú”. Morador no Loteamento Dunas, Mano Rick contraria a imagem associada ao bairro. Em geral prevalecem notícias que estigmatizam o Dunas, identificando-o como reduto do tráfico de drogas e a consequente violência. Mas Rick, que está concluindo o ensino médio no Ginásio do Areal e é jovem aprendiz na Caixa Econômica Federal (CEF), salienta que a maioria dos moradores é de trabalhadores e estudantes. A droga está à espreita mas, assim como nas demais regiões da cidade, é a opção de minoria. A realidade da vida na periferia, está nos versos de Rick. Rimando, ele vai “escrevendo e relatando o mundo cruel”. E o alerta é para “não ser réu”, como canta no Rap “Vivendo e crescendo”. Para conhecer mais, alguns clipes podem ser acessados no youtube. E músicas podem ser ouvidas no “soundcloud.com”. Contatos e encomendas do EP em CD, informa o rapper, através do Facebook.

FATOS e Fatos abre com “Pra reforçar”, que conta com Mano Davi. Trecho: “Represento o Dunas/ Nêgo/ projeto decreto chegou/ aleatoriamente me guio/ em parceria com a minha mente/ pra formar um Rap/ em coerência com papel, caneta/ vamos avante”. Em “Vivendo e crescendo” com Vokalbeats no ‘beat’, a ênfase “dignidade não se compra/ não se vende/ não se ganha de presente/ se conquista”. No “Movimeto”, participação de Paulo Celente. Versos: “Descendente africano/ aqui irmão/ fluindo minha mente/ tão resistente o coração/ seguindo a diretriz/ vontade de ser feliz/ fortalecendo o Rap/ que é o que eu quero e sempre quis”. Na letra homônima ao CD: “Hoje muitos vivem é na idade da pedra/ na idade do pó/ tu sabes para onde te leva/ muitos sentem dó e outros desaceleram”. Na faixa “Persistência total”, crítica à cena local, com poucos espaços ao Rap. E na sexta faixa, “Situação”, o enfoque social abrange temas como a educação: “E na escola coisas que não penetram a mente/ correr pra rua/ se forma mais um combatente/ faço a frente/ prefiro a escolha inteligente/ quem não prefere, vai lá e se arma até os dentes”.

Rapper “Mano Rick” está concluindo o ensino médio

TRAJETÓRIA –  Desde guri ligado ao Hip Hop, Rick lembra que teve apoio da irmã Carol. Como ele ainda não escrevia, ela anotava suas rimas. Aos oito anos, os pais o presentearam com CD do “Racionais” e coletânea do DJ Carcaça. Assistindo shows no Loteamento Dunas, foi acompanhando grupos como a Banca CNR. Em 2008, junto com BLK, Jeferson e Gabriel, Rick integrou o grupo Consciência do Rap. No festival do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP), com o Rap “Viver para poder”, o grupo conquistou terceiro lugar. O prêmio foi DVD para a escola Núcleo Habitacional Dunas. Em 2010 e 2011, com Nathan (violão), Gustavo (bateria), Luciano (baixo), Tiago (teclado), Rick foi o vocalista do “Unidos pelo Rap”. Desde 2011, participa do “Projeto Decreto MCs”, momentamente interrompido. No grupo também estão Luciano, Davi, Nego Lú e André.

RACISMO – Rick apresentou-se no Grito do Rock, Primavera Cultura Livre, bairro Santos Dumont, Wong Bar, Galpão do Rock, Sofá na Rua e Semana Municipal do Hip Hop. Suas próximas criações abordarão o racismo. Ele conta que já foi chamado de “macaco” e, nalgumas ocasiões, observou transeunte mudar de calçada ao avistá-lo. Rick agradece apoio dos familiares e amigos, e está projetando estúdio caseiro para a prestação de serviço.

Peça Teatral no Morro Redondo

TABATABA, é peça da Aurora Cia. Teatral que será apresentada sábado no Morro Redondo. Conforme a atriz Martha Grill, a sessão será às 19h15min no Sítio Amoreza. Também será ministrada a oficina “O teatro é o outro”.  No domingo às 18h15min, a interpretação será no “Aculturar-se” em Canguçu. E dia 18 às 18h10min na ilha da Torotama em Rio Grande. Desde janeiro, quando houve apresentações no Capão Seco – em direção a Rio Grande -, o espetáculo ganhou nova versão. Martha destaca que, a 10 deste mês, a Cia. Aurora completou dois anos. Informações e contatos no facebook.