Diário da Manhã

O Conselho Deliberativo do Pelotas decide nesta quinta-feira se a Boca do Lobo será ou não alugada para o Brasil mandar seus jogos na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro da Série C. A questão não é simplesmente decidir “sim” ou “não”. O tema mexe com a rivalidade histórica entre os dois clubes, produzindo reações extremadas, especialmente dos que são contrários ao aluguel.

Pelotas terá reunião tensa para decidir se aluga ou não o estádio
Foto: Alisson Assumpção/DM

A proposta oficial do Brasil chegou às mãos da diretoria do Pelotas na semana passada. Hoje, ela será revelada aos conselheiros pelo presidente do Conselho, Moacir Elias. A negociação com o lado rubro-negro foi liderada pelo vice-presidente Gilmar Schneider, que agora prefere deixar os membros do Conselho Deliberativo livres de qualquer pressão para decidirem o voto.

“Fiz um trabalho em favor do Pelotas. Não posso dizer o que espero da reunião, porque estaria tomando um lado. Se eu não tivesse envolvido na negociação, até poderia opinar, mas agora não posso falar nada. Só depois da decisão é que irei dar minha posição”, disse o dirigente, que antes sempre deixou claro que o Pelotas não poderia abrir mão da receita de aluguel do estádio.

Schneider não quis avançar nos números da proposta, mas confirmou que o Pelotas conseguiu assegurar, em caso de aluguel, a condição de explorar a venda de ingressos para a área social em dias de jogos do Brasil. A reunião começa às 19h30 no salão de Honra da Boca do Lobo.

Clube dividido sobre aluguel

Um dos movimentos organizados do Pelotas simboliza o momento do clube, que se encontra dividido entre os favoráveis e os contrários ao aluguel da Boca do Lobo ao Brasil. O presidente do Movimento Lobo Forte, Cláudio Pristech, diz que exatamente metade dos integrantes se mostra favorável ao aluguel e outra metade está contra.

“Estamos divididos: metade quer o aluguel e a outra metade não. Só que quem é contra se manifesta nas redes sociais e que é a favor não”, afirma Prietsch. Quando a sua posição pessoal, ele prefere a cautela. “Só vou me posicionar na reunião, porque não conheço ainda o teor da proposta. Se eu conhecesse, já daria minha opinião”. O movimento tem dois conselheiros e os dois devem divergir na hora do voto (um deles é Prietsch).

O aluguel do estádio para o rival sempre gerou polêmica. No ano passado, o Brasil jogou cinco jogos do Gauchão na Boca do Lobo, porque o Bento Freitas estava interditado. A questão não foi pacífica: pelo contrário, gerou protesto hostil de torcedores contra os dirigentes, especialmente o atual presidente Flávio Gastaud, que na ocasião ele era favorável ao aluguel.