Diário da Manhã

Nesta sexta-feira, 11 de outubro, a maior escola do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) está de aniversário. Com 422 professores, 205 técnico-administrativos e mais de 5,7 mil alunos, o câmpus Pelotas completa 70 anos, numa trajetória marcada por conquistas, mudanças e avanços. Estar à frente do seu tempo sempre foi uma característica da instituição de ensino, que por décadas vem ostentando a posição de referência em educação profissional e tecnológica.

A verticalização do ensino, com a oferta de cursos técnicos, superiores e de pós-graduação, deu ao IFSul o status de universidade. Consequentemente, em Pelotas, o câmpus se credencia, junto a outras escolas, como protagonista na formação de cidadãos e profissionais qualificados para o mundo do trabalho, articulando pesquisa, ensino e extensão.

“Essa história é representada por todas as pessoas que até hoje passaram por aqui: os estudantes que transformam suas vidas e a de suas famílias com os conhecimentos aqui adquiridos; os servidores que dedicaram e dedicam suas vidas à formação desses estudantes; e a todos os cidadãos que, de alguma forma, contribuem diariamente para que nossa escola tenha atingido os níveis de excelência acadêmica, pelos quais é reconhecida nacional e internacionalmente”, ressalta o diretor-geral do câmpus Pelotas, Rafael Leitzke.

Aliás, Leitzke exemplifica bem a trajetória de muitos alunos que passaram pela instituição nesses 70 anos. Ele ingressou na então Escola Técnica Federal de Pelotas (ETFPel) aos 15 anos, no curso técnico em Mecânica, em busca de um ensino de qualidade e uma boa colocação do mundo do trabalho. Esse era um dos principais legados que famílias mais humildes da cidade e região podiam deixar a seus filhos.

Atualmente, a assistência estudantil da escola, de olho no êxito e na permanência dos alunos em situação de vulnerabilidade social, oferece uma série de benefícios, como alimentação e auxílios para transporte, material escolar e moradia. Para atender essas e outras demandas dessa área, em todos os seus câmpus, o IFSul recebeu, este ano, um aporte financeiro de quase R$ 6 milhões – um incremento de 34,8% em relação ao montante disponibilizado em 2012.

“Pautaremos nossas ações na busca de uma efetiva articulação entre todos os níveis de ensino existentes no câmpus, desde o técnico de nível médio até a pós-graduação strictu sensu, possibilitando que nossos alunos tenham a oportunidade de avançar em seus estudos sem necessitar trocar de instituição. Buscaremos ainda meios de proporcionar aos nossos estudantes possibilidades de aumentar sua jornada de permanência diária no câmpus através da oferta de programas de pesquisa e extensão, de modo que eles participem mais ativamente da vida acadêmica do câmpus”, afirma Leitzke.

Vanguarda

Intercâmbios internacionais de professores e alunos, projetos de pesquisa premiados em importantes eventos do Brasil e do exterior e cursos técnicos, superiores e de pós-graduação altamente concorridos. Características como estas reforçam ainda o importante papel do câmpus Pelotas para o desenvolvimento regional.

O pioneirismo também poderia ser elencado nesse rol. Em 2011, a escola criou na cidade o primeiro mestrado profissional em Educação, cuja proposta é formar trabalhadores da educação de serviço, com foco na pesquisa aplicada ao trabalho.

Para atender plenamente às necessidades do curso, levando em conta as exigências estabelecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o câmpus Pelotas reformou uma área já existente, de 309,27 metros quadrados, e investiu quase R$ 2 milhões em obras que contemplam este curso e outros setores da escola.

As novas instalações do mestrado contam com salas de aula, de pesquisa (para professores e alunos) e de informática, além de espaços para a secretaria e coordenação do curso. Paralelo à estrutura física, também houve investimentos na biblioteca, com a ampliação do acervo e assinaturas de novos periódicos.

Atualmente, o bacharelado em Engenharia Química é a mais nova graduação oferecida pelo câmpus Pelotas. O curso é o terceiro nesta área, na região. Sua criação foi motivada pelo grande potencial do corpo docente nas áreas de química, tecnologia e engenharia e também pelo comprovado déficit brasileiro na formação de engenheiros.

Festividades

O jantar de comemoração aos 70 anos do câmpus Pelotas será realizado nesta sexta-feira, 11 de outubro, na Churrascaria Tradição. No dia 18 de outubro, às 16h, no miniauditório 2, será realizado um evento especial para os servidores aposentados, no qual estão previstos uma espécie de palestra, chamada pelos organizadores de “momento de reflexão”, e um chá de confraternização.

Outra atividade é a Mostra de Cursos, que acontece entre 16 e 18 de outubro, durante o horário de funcionamento do câmpus. Já no dia 6 de novembro, a galeria de fotos de ex-diretores da escola será atualizada. Quatro novos dirigentes passarão a fazer parte do acervo que eterniza nomes importantes na história da instituição de ensino.

A solenidade ocorrerá às 16h, no gabinete da direção-geral.Também no dia 6 de novembro o câmpus Pelotas abrirá oficialmente a mostra fotográfica alusiva aos 70 anos. A exposição, que contará com trabalhos de alunos, servidores e comunidade em geral, vai até 18 de novembro.

História

Sucessora da Escola de Artes e Officios, a Escola Técnica de Pelotas (ETP) foi criada através do Decreto-lei nº 4.127 de 25 de fevereiro de 1942, subscrito pelo presidente Getúlio Vargas e pelo ministro da Educação, Gustavo Capanena, e inaugurada em 11 de outubro de 1943.

Começou suas atividades com cursos de curta duração (ciclos). Neste primeiro ciclo do ensino industrial, os cursos estabelecidos foram de Forja, Serralheria, Fundição, Mecânica de Automóveis, Máquinas e Instalações Elétricas, Aparelhos Elétricos, Telecomunicações, Carpintaria, Artes do Couro, Marcenaria, Alfaiataria, Tipografia e Encadernação.

Em 1959, a ETP transformou-se em uma autarquia federal e foi renomeada como Escola Técnica Federal de Pelotas, a ETFPel, em 1965. Em 1994, o Ministério da Educação (MEC) encaminhou ao Congresso Nacional a proposta de um Sistema Federal de Educação, onde todas as escolas técnicas federais seriam transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets). A ETFPel deu origem ao Cefet/RS em 1999.

Já no dia 29 de dezembro de 2008, a lei nº 11892 foi sancionada no país e criou os institutos federais. Com isso, o Cefet/RS deu lugar ao atual IFSul, composto hoje por dez câmpus em atividade e três em implantação.