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sexta, 19 de abril de 2024

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Intenção de consumo das famílias gaúchas recua 19,2% em junho

23 junho
09:30 2015

A intenção de consumo das famílias gaúchas no mês de junho encerrou com queda de 19,2% em relação ao mesmo mês de 2014, aos 85,6 pontos, atingindo todos os componentes que formam o indicador, com exceção do que mede o otimismo em relação à situação do emprego.

Os dados revelam um aprofundamento da tendência de queda da confiança, já há alguns meses em um patamar pessimista. O indicador chegou ao seu menor valor desde o início da série histórica – em janeiro/2010. O dado consta da pesquisa Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas – ICF, divulgada ontem pela Fecomércio-RS e que conta, no mínimo, com 600 famílias em sua amostra.

Comércio tenta atrair consumidores com descontos. Foto:Alisson Assumpção/DM

Comércio tenta atrair consumidores com descontos. Foto:Alisson Assumpção/DM

O ICF mostra a permanência de fatores já evidenciados em análises anteriores, muitos relacionados à deterioração das condições econômicas do País no período recente. Neste grupo estão inflação elevada – com destaque para os reajustes de energia elétrica e combustíveis -, e a estagnação da atividade econômica. “As taxas de juros crescentes, a atividade econômica fraca e o medo do desemprego pesam negativamente na confiança das famílias”, destaca o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

O indicador que mede a segurança com relação à situação do emprego cresceu 7,7% sobre junho do ano passado, ficando em 122,5 pontos. “O mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) ainda apresenta certa resistência em ser afetado pela estagnação econômica, em função da baixa taxa de desemprego recente. Isso justifica a manutenção desse único indicador em nível otimista”, afirma Bohn. Também no âmbito do mercado de trabalho, a avaliação quanto à situação de renda alcançou em junho 71,3 pontos, permanecendo no campo pessimista. A queda em relação ao mesmo mês de 2014 foi de 36,9%. “A percepção de queda da renda real vem do avanço inflacionário. Porém, o fato da inflação ser marcada pelo aumento de preços de itens com baixa capacidade de redução de consumo, como a energia elétrica, evidencia ainda mais a corrosão do poder de compra das famílias”, aponta Bohn.

Os dados relacionados ao nível de consumo atual mostram em junho uma redução de 18,5% na comparação com a mesma base do ano passado, aos 66,8 pontos, o menor patamar da série histórica.  O indicador referente à facilidade de acesso ao crédito também caiu 18,4% no mesmo período analisado, aos 86,0 pontos; e o referente ao momento para consumo de bens duráveis recuou 36,0%, aos 71,4 pontos, consolidando ainda mais o nível pessimista. “Os juros em alta afetam de forma mais significativa o setor de bens duráveis, normalmente comparados a prazo pelas famílias”, explica o presidente da Fecomércio-RS.

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