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terça, 23 de abril de 2024

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MAIORIA DAS PREFEITURAS ACATARÁ BANDEIRA VERMELHA

MAIORIA DAS PREFEITURAS ACATARÁ BANDEIRA VERMELHA
05 julho
19:35 2020

A decisão coletiva, já tomada no início da tarde de sábado após a reunião emergencial. Pelotas adotará os protocolos do modelo de Distanciamento Controlado. Prefeita anuncia nesta segunda-feira (6), medidas já implementadas antes da flexibilização do dia 23 de abril

“Acabo de decidir que não entraremos com o recurso em apoio às decisões da maioria dos prefeitos da Azonasul e, também, pelo aumento de casos nos últimos dias”. O anúncio das 16h30min de domingo, feito pelo prefeito de São Lourenço do Sul, Rudinei Harter, acabou fortalecendo ainda  mais a decisão regional tomada pelos chefes do Executivo que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) em acatar a bandeira vermelha, classificando a região como alto risco de contagio para o coronavírus.

A decisão coletiva, já tomada no início da tarde de sábado após a reunião emergencial entre prefeitos, secretários de Saúde e coordenadora da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, foi articulada pelo presidente da Azonasul, Luis Henrique pereira da Silva, prefeito de Arroio Grande, levando em conta problemas como a ocupação de leitos hospitalares, tanto UTI’s como leitos convencionais; a falta de medicamentos; o aumento de óbitos e a curva ascendente de casos confirmados de pacientes contaminados pela Covid-19 na R21 (região Pelotas/Rio Grande), denominada pelo Governo do Estado para a estratégia de distanciamento social, aglutinando 22 municípios da região.

“Estamos em busca de alternativas para contornar todos esses problemas. Mas, o mais importante ainda é conscientizar as pessoas sobre o perigo da doença e fazer com que as mesmas respeitem as restrições ao máximo”, disse.Mapa distanciamento

 R-00 – Dezesseis prefeituras enquadradas na regra R-00, que não apresentaram nenhum caso de hospitalização e  óbito por Covid-19 nos últimos 14 dias anteriores ao levantamento que define a bandeira, foram instruídas a adoção de protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio. São elas:  Amaral Ferrador; Arroio do Padre; Arroio Grande; Capão do Leão; Cerrito; Chuí; Cristal; Herval; Jaguarão; Morro Redondo; Pedras Altas; Pedro Osório; Pinheiro Machado; Santa Vitória do Palmar; Santana da Boa Vista e Turuçu.

TENTATIVA – O prefeito de Canguçu, Vinicius Pegoraro, aguarda até a terça-feira a resposta ao recurso interposto pela prefeitura para o retorno à bandeira laranja. Ele afirmou entender que as atividades comerciais em funcionamento não interagem diretamente ao aumento de casos de contaminações em seu município e que buscaria a reversão das restrições. As chances de Pegoraro, no entanto, são pequenas conforme adiantou a coordenadora regional de Saúde, Caroline Hoffmann, uma vez que o município apresentou caso de óbito nos últimos quinze dias levados em conta para na avaliação estadual para a atribuição das bandeiras.

PELOTAS

Prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) decidiu acatar medidas mais restritivas

Prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) decidiu acatar medidas mais restritivas

Após discutir a mudança da região de Pelotas para a bandeira vermelha – no modelo do Distanciamento Controlado do governo do Estado – com os prefeitos da Zona Sul e empresários locais, e de avaliar a situação junto ao Comitê de Crise, a prefeita Paula Mascarenhas decidiu, neste domingo (5), não recorrer da alteração. A decisão foi anunciada em vídeo publicado nas redes sociais, e as definições da bandeira vermelha passam a valer a partir de terça-feira, 7 de julho. Na segunda-feira (6), a Prefeitura anunciará novas medidas que deverão ser adotadas a partir de terça, e que já foram implementadas pelo Município antes da flexibilização do dia 23 de abril.

Conforme o decreto municipal nº 6.276, a cidade passou a adotar, automaticamente, os protocolos do Sistema de Distanciamento Controlado, correspondentes à coloração da respectiva bandeira, sem a necessidade de publicação de um novo decreto para reger a situação. O mesmo documento também esclarece que o Município pode definir medidas mais rígidas, se entender que se fazem necessárias.

“A questão é que, numa cidade como Pelotas, cujas características principais são o comércio e os serviços, são essas as atividades que movimentam as pessoas e que as fazem sair de casa. No entanto, nem todo mundo está tendo a consciência de que só deve sair para questões essenciais”, disse a prefeita durante vídeo publicado neste domingo.

Na manifestação, a prefeita esclareceu que entende o quanto é penoso parar atividades econômicas – tão importantes para o desenvolvimento da cidade e para a manutenção de empregos -, mas considerou o contexto de extrema dificuldade no qual o Rio Grande do Sul está inserido, além da situação delicada em que se encontra a região sul. Paula defende que este é o momento para decisões mais rígidas e não quando estiver sem alternativa.

No sábado (4), a prefeita participou de uma série de reuniões para definir se recorreria ou não. Pela manhã, conversou com prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e ouviu sobre os desafios enfrentados em cada uma das cidades da região. À tarde, reuniu-se com o Comitê de Crise e dialogou com empresários locais.

“Precisamos tomar decisões mais fortes agora, e não quando o desespero tomar conta. É preciso que as medidas sejam adotadas um pouco antes, para que tenhamos condições de recuperar espaço e fortalecer novamente a nossa rede de saúde”, afirmou a gestora.

Os maiores problemas apontados pelas gestões municipais da região, e considerados na decisão, foram a falta de profissionais da área da saúde para integrar as equipes de trabalho das unidades, a lotação dos leitos destinados ao tratamento da Covid-19, além dos estoques limitados de medicações sedativas utilizadas no processo de intubação dos pacientes.

A mudança preliminar de bandeiras foi divulgada na sexta-feira (3), e colocou a região com risco alto para o novo coronavírus. De acordo com o governo gaúcho, entre os indicadores de velocidade do avanço do vírus na macrorregião R21 – da qual Pelotas é a maior cidade -, o indicador de” hospitalizações confirmadas para Covid-19″, nas duas últimas semanas, e o “de pacientes em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, no último dia, obtiveram bandeira preta nesta semana. Essa foi a primeira vez que a região recebeu bandeira vermelha desde a implantação do Distanciamento, em 11 de maio.

Dados – A atualização ainda aponta que houve um aumento de 144%, entre as duas semanas, nas internações confirmadas para a doença nos últimos sete dias, passando de nove na semana anterior para 22 na atual. Além disso, na Zona Sul, cresceu o número de internados por Síndromes Respiratórias Agudas Grave (SRAG) em UTI (de 13 para 17), o número de internados em leitos clínicos Covid (de oito para 12) e de internados em leitos de UTI Covid (de 9 para 15).

O aumento de hospitalizações provocou o agravamento dos indicadores de estágio da evolução na região e de incidência de novos casos da doença, prejudicando a capacidade de atendimento na área.

Na sexta-feira, a prefeita Paula Mascarenhas já havia feito pronunciamento nas redes sociais, logo após a divulgação, quando afirmou que as próximas horas seriam de análise dos dados e dos critérios estabelecidos pelo Estado. Em transmissão de vídeo, ao vivo, realizada na última quinta-feira (2), a chefe do Executivo também comentou sobre a expectativa da alteração na bandeira no município.

“Na última live que fiz, durante esta semana, já anunciei uma possibilidade de mudarmos para bandeira vermelha. É importante as pessoas entenderem que isso é uma avaliação regional, não é uma avaliação exclusiva de Pelotas”, disse a prefeita, iniciando a explicação online à população.

Conforme o boletim epidemiológico da última sexta-feira, Pelotas tinha 293 pessoas infectadas pelo coronavírus e 16 estavam hospitalizadas. No último boletim divulgado no sábado (4), a cidade já contabilizava 17 pacientes internados e 310 casos confirmados da doença. O município tem cinco registros de óbitos.

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