Diário da Manhã

quinta, 28 de março de 2024

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No canto popular o frio não serve pra estética

19 agosto
16:48 2014

Toque do tambor sopapo, como percussão para o encerramento do show de Pedro Munhoz. No salão da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP),  a 15 de agosto, o artista cantou músicas novas, recebeu convidados e afirmou que o seu canto “fala de quem passa frio”. Assim, enfatizou o cantador e violeiro, miséria e necessidade não servem como pretensa “estética do frio”

 Por Carlos Cogoy

Pedro Munhoz BPP 14 by Cogoy

Bailarina Carol, Munhoz, Cícero do Crato e o “griô” Dilermando

Ao invés do “anagrama”, que inverte o nome da cidade, Munhoz entoou o refrão de “A outra história da princesa”: Eu prefiro chamar a minha terra,/ Pelo seu nome não perco o tom,/ Do contrário é visão iluminada,/ Tão somente por luzes de neon. Afirmar Pelotas sem devaneios e lirismo elitista, está entre os compromissos de Pedro Munhoz. O compositor e músico, natural de Barra do Ribeiro, nos anos noventa esteve radicado em Pelotas. E foi aqui, numa gravação ao vivo no Teatro do COP, que surgiu o primeiro disco “Encantoria”. Desde então, destacou-se em festivais, aproximou sua arte das lutas sociais e tem percorrido o Brasil e diferentes países. Para conhecer, reencontrar, ouvir e baixar músicas: pedromunhoz.mus.br

HOMENAGEM – No show algumas das músicas de discos anteriores e as novas do CD “Guitarra toda a vida”. Presença do cantor cearense “Cícero do Crato”, bailarina Carol e do “griô” Dilermando, que deu o ritmo tocando o sopapo. Na abertura, escritor e pesquisador da cultura latino-americana, Enilton Grill, fez a apresentação do artista: “Cantador e trovador. Guitarreiro e violeiro. Estradeiro. O caminho se faz andando disse um poeta a um caminante. Tal qual um camaleão, que se muda do campo para o deserto, o Pedro – o Pedro Munhoz – saiu daqui foi longe e volta pra perto. Pra perto de nós. Sua pátria é o mundo e o mundo a sua casa. Compreender o riso e a dor ser fuzil e ser a flor. Ser canção pelas distâncias e combater a ignorância. Ser farol e ser alerta, ser poema e ser poeta. Estas entre outras tantas são algumas das razões pelas quais o Pedro canta. Mas eu diria que o Pedro canta para encantar. E encanta. Por isso eu te peço: canta cantador, que me calo… por pudor. A palavra é tua. Diz pra nós da lua, diz da rua. Canta seja lá como for, mas diz do amor. Diz que ele não é egoísta. Diz que ele é socialista.

Público lotou o primeiro andar da Bibliotheca Pública Pelotense

Público lotou o primeiro andar da Bibliotheca Pública Pelotense

Diz do coração. Diz da revolução. Diz de nós, Pedro Munhoz”.

Munhoz cantou duas horas

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