Piso para profissionais da saúde terá decisão na Justiça
A representante da Seção de Mediação do Ministério do Trabalho em Pelotas, Aline Ferreira, foi categórica em sua fala durante a audiência pública realizada pela Câmara, na manhã desta sexta-feira, 30/05: “Vejo problemas de diálogo entre as partes, mas o piso da categoria deve ser obedecido, a lei não existe para ser discutida, e sim obedecida”.
Ela se referia à fala da assessora jurídica da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes e Filantrópicos do RS , Cristiane Paim, que afirmou que “as instituições não podem se comprometer a pagar o piso”, e que “é injusto pagar R$ 1.100,00 (o valor do piso) para quem trabalha 44 horas semanais e para quem trabalha 30 horas semanais”.
A mediadora acertou para o dia 4 de junho reunião entre as partes, no Ministério, para um entendimento. Ela elogiou a iniciativa da audiência proposta pelos vereadores Ricardo Santos (PDT) e Marcos Ferreira (PT), e afirmou que o trabalho dos técnicos de enfermagem “é indiscutível. O Sindicato está no seu papel de lutar pela categoria”.
A audiência foi muito tensa, com vaias e aplausos durante todo o tempo. Os trabalhadores garantiram que não pretendem entrar em greve, mas que “a responsabilidade por uma eventual suspensão/paralisação dos serviços deverá ser creditada na conta dos gestores por não cumprirem com suas obrigações”, conforme o boletim do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde de Pelotas.
Ao final, os vereadores protocolaram projeto de lei sobre a jornada de trabalho e piso salarial dos profissionais de enfermagem na administração pública direta e indireta em Pelotas.