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quinta, 25 de abril de 2024

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Professor que está traduzindo obra de Simões Lopes palestrará no IJSLN

14 janeiro
17:19 2014

O Instituto João Simões Lopes Neto promove nesta quarta-feira (15), às 19h, palestra com o professor Michel Thierry Le Grand, da Universidade de Aix-Marseille (França). O prof. Le Grand está atualmente traduzindo a obra “Contos Gauchescos” para o francês e se encontra no Brasil pesquisando e buscando um maior domínio do ambiente cultural e histórico do escritor pelotense. Na palestra irá abordar o conto “Os Cabelos da China”, sob o ponto de vista do tradutor.

O professor francês Michel Thierry Le Grand

O professor francês Michel Thierry Le Grand

“Será uma leitura comentada do conto “Os cabelos da china”.  Assim, a plateia poderá acompanhar de perto minha leitura e compartilhar alguns aspectos da interpretação do texto (inclusive erros), sempre com vistas à produção de uma versão em francês”, explica o prof. Le Grand.

Na tarde de quarta-feira os professores Michel Le Grand e Luís Fischer irão visitar à Estância da Graça (onde o escritor pelotense viveu a infância). Acompanhados do presidente do IJSLN, Antonio Carlos Mazza Leite e concelheiro do Instituto, o Fausto Domingues.

Michel Thierry Le Grand nasceu no sul da França, em Aix en Provence. Professor de francês e inglês em instituições da França, Guiana Francesa, Estados Unidos, Inglaterra e em Portugal, ele atua também fazendo traduções em diferentes áreas.  Com intuito de transferir-se para o Brasil, desenvolve projeto de reorientação profissional por meio de estudos de pós-graduação em tradução.

Possui Mestrado em Literatura Comparada na Vanderbilt University nos Estados Unidos e Mestrado em Literatura de Língua Inglesa na Université Aix-Marseille na França.  Em 2012, concluiu, com ótimo desempenho, o Mestrado em Tradução Técnica e Jurídica na Universidade Aix-Marseille, que incluiu um estágio de três meses na Nexo Comunicação, empresa de assessoria de comunicação em Porto Alegre, na qual realizou traduções para sites e participação em debate sobre o filme Um Bom Ano, baseado no livro de Peter Mayle, no evento Mesa de Cinema.

Atualmente está matriculado no Programa de Doutoramento em Literatura Comparada da Universidade Aix-Marseille, que inclui uma parceria, em regime de cotutela, com o Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PGET) da Universidade Federal de Santa Catarina. Ao mesmo tempo, cursa aulas de capacitação para tradução jurídica e atua como free lancer no ramo da tradução e da interpretação simultânea. Trabalha principalmente com demandas de agências de tradução em Porto Alegre, São Paulo e Marseille.

Luís Augusto Fischer, colunista da Zero Hora

Luís Augusto Fischer, colunista da Zero Hora

Em seu projeto de tradução para a cotutela, inicialmente em trabalhou na obra de Erico Verissimo por ser este tradicionalmente classificado como escritor regionalista. Nesta fase, traduziu “Incidente em Antares”. Em busca de um conteúdo que pudesse ser mais acessível ao público francês, traduziu várias crônicas de Luis Fernando Verissimo, reunidas em uma antologia organizada pelo próprio tradutor. Porém, foi na obra de Simões Lopes Neto que Le Grand encontrou maiores possibilidades de adequação ao tema de seu doutorado. A problemática da tradução de componentes regionalistas tem em Contos Gauchescos e Lendas do Sul um grande manancial. “O maior desafio – e encantamento – é tentar passar para o francês as sutilezas do vocabulário regionalista, levando em conta a maneira como Simões Lopes Neto utiliza as formas dialetais combinadas à linguagem de padrão nacional e a uma extraordinária inventividade e criatividade para construir a voz única do personagem-narrador Blau Nunes. Ele é o protótipo de outras famosas criações bem-sucedidas da literatura brasileira como o jagunço Riobaldo, de Guimarães Rosa, e o sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro”, afirma Le Grand.

Luís Augusto Fischer é formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui mestrado e doutorado (com tese sobre Nelson Rodrigues) pela mesma instituição, onde leciona Literatura Brasileira desde 1985. Mantem uma coluna mensal no jornal Zero Hora desde 2001, além já ter colaborado em outras publicações, como a Folha de São Paulo, e a revista Bravo!.

Entre contos, crônicas, ensaios e teoria literária, possui diversos livros publicados. Seus maiores sucessos de vendas são o Dicionário de Porto-Alegrês (1999) e o Dicionário de Palavras e Expressões Estrangeiras (2004). Em 2012 foi o responsável pela edição comemorativa e conjunta, lançada pela editora L&PM, para as obras “Contos Gauchescos & Lendas do Sul”. Além de um texto introdutório de autoria de Fischer, o livro é cheio de notas de rodapé que comentam expressões de época e contextos históricos e culturais. Também coordenou as edições das duas obras inéditas de Simões Lopes, lançadas em março de 2013, “Terra Gaúcha – Histórias de Infância” e “Artinha da Leitura”.

Em julho passado, Fischer foi um dos homenageados com o Prêmio 300 Onças. A honraria é concedida pelo Instituto, todos os anos, a três figuras que tenham se destacado na preservação e divulgação da obra simoneana. No fim do ano foi eleito Patrono da 59ª Feira do Livro de Porto Alegre.

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