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quarta, 24 de abril de 2024

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Secretária de Saúde na mira do TCE

Secretária de Saúde na mira do TCE
27 agosto
09:25 2014

Os vereadores Marcus Cunha (PDT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara e Ricardo Santos (PDT), relator da CPI da Saúde, manifestaram-se, durante a sessão desta terça-feira sobre o relatório da auditoria do Tribunal de Contas do Estado(TCE), nas contratações do sistema Aghos pela prefeitura de Pelotas e pela Secretaria Estadual da Saúde, consideradas irregulares por falta de licitação, exorbitância de valores gastos e ineficiência do sistema. Cópias do relatório foram encaminhadas à CPI e, esta semana, divulgadas por jornal da capital.

Segundo o diretor de Controle e Fiscalização do TCE, Leo Arno Richter, o Tribunal realizou inspeções no sistema Aghos desde a contratação pela Prefeitura de Pelotas no ano de 2008 até a renovação do contrato em 2012, e pela Secretaria do Estado, desde 2009 até 2013. Uma sindicância foi solicitada para identificar os responsáveis.

AUDITORES apontam ineficiência do sistema contratado

AUDITORES apontam ineficiência do sistema contratado

Entre os administradores citados pela auditoria está a secretária municipal de saúde, Arita Bergmann, que, de dezembro de 2008 a dezembro de 2010 exerceu o cargo de diretora geral, secretária-adjunta e secretária estadual de saúde. Arita é secretária da Saúde de Pelotas desde 2011.

O vereador Ricardo Santos pediu que o prefeito se manifeste a respeito, “uma vez que uma sindicância será instalada pelo Tribunal e a secretária de Saúde de Pelotas está sendo citada pela auditoria como um dos administradores responsáveis”.

“Se não fosse o Parlamento de Pelotas não teríamos avançado nas investigações, que ainda não acabaram. Já recebi também o relatório do Ministério Público Federal e no dia 28 vou depor no Ministério Público Estadual”, disse Ricardo Santos.

Já o vereador Marcus Cunha afirmou que, depois da conclusão da CPI da Saúde, a Comissão foi verificar as denúncias sobre o sistema Aghos e concluiu pela sua ineficiência. “Não se sabe porque a Secretaria Municipal da Saúde se mantém agarrada ao sistema”, disse o parlamentar.

Tribunal responsabiliza Arita Bergmann por contratação do sistema Aghos sem licitação

Tribunal responsabiliza Arita Bergmann por contratação do sistema Aghos sem licitação

RESULTADOS – De acordo com o documento encaminhado aos vereadores, a contratação da empresa GSH Gestão e Tecnologia Ltda, responsável pelo sistema Aghos, pela Prefeitura de Pelotas, “apresentou um conjunto de irregularidades, as quais iniciaram na contratação e estenderam-se até a execução dos serviços”. Segundo os auditores, embora todas as irregularidades, “o município demonstra querer a continuidade desta situação… pois celebrou novo contrato (em outubro de 2012), com preço extremamente superior ao anterior, atendendo a interesses que certamente não se amoldam ao interesse público”. No total, Pelotas gastou R$2.145,002,16. Todos os contratos foram realizados sem licitação.

Conforme a matéria publicada na imprensa de Porto Alegre, desde o primeiro contrato com Pelotas, em 2008, a empresa GSH faturou quase R$ 30 milhões no Rio Grande do Sul.

Em relação ao contrato efetuado com o governo do Rio Grande do Sul, a auditoria do TCE apresenta números expressivos. “A contratação da empresa GSH Gestão e Tecnologia Ltda. apresentou um conjunto de irregularidades… o valor da contratação inicial (R$ 1.837.240,02) que sustentou a justificativa de albergar a Cooperação do Município de Pelotas…alcançou proporções, no período de 2009 a 2013, da ordem de R$ 9.135.960,19.”

Continua o relatório da auditoria: “Identificou-se também o risco de monopólio no fornecimento de sistema informatizado de regulação assistencial de saúde aos entes públicos do Estado do Rio Grande do sul, em favorecimento a uma única empresa, qual seja, a GSH Gestão e Tecnologia em saúde Ltda.. Ao estender sistemática de firmar Termos de Cooperação Técnica com os municípios do Estado do RS, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) direcionou a contratação dessa empresa, eis que o próprio Estado já a havia contratado por inexigibilidade de licitação para prestação de serviços do sistema Aghos. Por conta desse instrumento… as contratações efetivadas por municípios do RS – todas por inexigibilidade de licitação – e pela Secretaria Estadual da Saúde atingiram R$26.904.730,72.

Os auditores do TCE concluem afirmando que, atualmente, a Secretaria Estadual da Saúde desenvolve um projeto para instalar o Sisreg, Sistema de Regulação de Saúde, desenvolvido pelo Datasus para os municípios brasileiros.

 

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