Diário da Manhã

quinta, 25 de abril de 2024

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Teatro da UFPel apresenta peça “Marat Sade”

08 dezembro
08:39 2017

A Troupe da Disciplina de Montagem Teatral II, do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realiza, três exibições da peça “Marat Sade”, de Peter Weiss. As apresentações será hoje, sábado e domingo, às 19h, na sala Carmen Biasoli (Rua Almirante Tamandaré, 301). A entrada é gratuita e a distribuição de senhas começa às 18h30min.

Peter Weiss, artista plástico e dramaturgo alemão, quando jovem sofreu a perseguição nazista e sua família perdeu bens e trabalho. Em 1945, depois de residir em vários países, Weiss adota a cidadania sueca. Destaca-se também como roteirista e diretor de cinema, especialmente de documentários. Seu teatro se caracteriza por uma densidade social e política, influenciado pelo sentimento de impotência diante do massacre de milhões de judeus, alemães, tchecos, poloneses, homossexuais, negros e tantos outros grupos sociais e de etnias. Admirador de Brecht e Piscator, suas peças quase sempre se apoiam em fatos históricos, revelando sua preocupação com a injustiça, a violência, o extermínio e a tirania. Sobretudo, aponta a violência como instrumento de dominação, a destruição do homem comum.

Em “Marat Sade”, Weiss propõe para o palco a fábula e a respectiva encenação realizada pelo Marquês de Sade com os internos do hospício de Charenton, lugar, onde no século XIX, eram colocados opositores, desafetos, adversários, descontentes, desviantes, loucos e enfermos. Sade e Marat foram internos de Chareton por razões diferentes, mas não menos importantes. O primeiro por suas posições relativas à libertação do indivíduo, da libido e da autonomia como forma de transformação das pessoas e da sociedade; O segundo, um dos intelectuais da revolução francesa, acreditava nas transformações sociais e coletivas como forma de mudar o indivíduo. Pode-se suspeitar que, enquanto Sade fora excluído das ruas de Paris por confrontar a moral vigente, Jean Paul Marat estava preso por suas posições políticas, por condenar os rumos da revolução e apontar os seus traidores.

teatro UFPelEmbora “Marat Sade” trate do assassinato de Jean Paul Marat, Weiss amplia a reflexão e estende o foco para a complexidade e contradições das relações sociais e políticas.

A troupe da UFPel traz uma montagem singular em que procura expandir a reflexão proposta por Weiss, atualizando os temas da repressão e da política, do status quo e da transformação social, ampliando a concepção para além do tempo histórico da Revolução Francesa e seus desdobramentos. Nesse sentido, os debates entre Sade e Marat adquirem atualidade, a participação do povo, como pacientes, cantores e comentarista das ações, tem uma tonalidade venal, de dissimulação de interesses mesquinhos.

MARAT SADE
Peter Weiss
Segundo a troupe de Satolep

Direção
Paulo Gaiger

Assistentes de direção
Johann Ossanes / Juliana Caroline

Troupe de Satolep
Evelin Suchard /Gengiscan Pereira / Grégori Eckert / Higor Alencar / Hugo Tavares / Juliana Caroline / Juliana Ximenes / Kellen Ferreira / Lucas Ulguim / Márcia Monks / Régis Riveiro / Rodolfo Furtado / Vivi Lauz

Participação especial
Gustavo Dias / Jany Rodrigues / Matheus Messias

Projeto de iluminação e operação de luz
Daniel Furtado

Preparação vocal
Gustavo Dias / Johann Ossanes
Coreografia 1
Rui Carlo
Coreografias várias
Jany Rodrigues e Troupe

Música ao vivo
Régis Riveiro – Violão / Rodolfo Furtado – ukulele e violão / Jany Rodrigues – percussão / Gustavo Dias – escaleta e percussão / Mateus Messias – flauta e percussão

Arranjos
Gustavo Dias, Paulo Gaiger, Johann Ossanes e Mateus Messias

Canções (por ordem): Canção da Troupe (Paulo Gaiger)/ Canção do hospício (Johann Ossanes) / Rap do coro 1 (Paulo Gaiger) / Canção do coro para Marat (Paulo Gaiger) / Vocalize da Corday (Gustavo Dias / Paulo Gaiger) / Canção da Corday (Paulo Gaiger) / Canção litúrgica (autor desconhecido) / Rap do coro 2 (Paulo Gaiger) / Instrumental (Gustavo Dias) / Canção do Marat (Paulo Gaiger) / Canção do Sade (Paulo Gaiger) / Marcha enredo (Paulo Gaiger)

Figurinos
Larissa Tavares e Troupe

Socorro francês
Fernanda Fernandes e Fabiana Jorge

Alter ego
Gengiscan Pereira

Agradecimentos
Ederson Pestano, Vitinho Manzke, Romeu Santos, Sessi Barcelos, Leandro Maia

 

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