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TRANSPORTE URBANO : Motoristas dizem que profissão é desgastante e muito perigosa

22 março
09:07 2017

CNT divulga pesquisa inédita sobre o perfil dos motoristas de ônibus urbanos no Brasil

A Confederação Nacional do Transporte divulgou a primeira Pesquisa CNT Perfil dos Motoristas de Ônibus Urbanos, com informações gerais sobre o profissional e a atividade. Na amostragem, foram entrevistados 1.055 motoristas em 12 Unidades da Federação de todas as regiões do país, entre os dias 6 e 19 de dezembro de 2016.

Os motoristas responderam a questões sobre rotina de trabalho, tecnologia, segurança, saúde, entre outros temas. As entrevistas foram feitas nas garagens das empresas e em terminais rodoviários e constatam que a maioria dos motoristas (77,5%) dirige veículos com algum sistema de rastreamento com GPS (67,8%) para orientação; roda, em média, 151,9 km por dia; trabalha 8,3 horas diariamente e 5,9 dias por semana. A média de idade dos veículos é de 5,3 anos.

Um quarto dos entrevistados (24,5%) está há mais de dez anos na mesma empresa e 75,5% dizem que estão satisfeitos e não têm vontade de trocar de emprego. Ao falarem por que atuam na atividade, 70,6% afirmam que gostam de dirigir ônibus urbanos e 33,0% dizem que essa profissão oferece um salário melhor do que outras.

A maioria dos entrevistados (70%) possuía outra profissão anteriormente e acredita que a situação financeira melhorou ao começar a trabalhar como motorista profissional. O tempo médio em que os entrevistados estão nessa área é de 12,1 anos, sendo que 68,7% atuam no segmento há mais de cinco anos.

ENTRE os pontos negativos, 57% dizem que a profissão é desgastante, estressante ou fisicamente cansativa

ENTRE os pontos negativos, 57% dizem que a profissão é desgastante, estressante ou fisicamente cansativa

Entraves 
Entre os pontos negativos, 57% destacaram que a profissão é desgastante, estressante ou fisicamente cansativa. Outros 35,9% consideram uma profissão perigosa e 19,8%, arriscada, devido à possibilidade de acidentes. Em relação à segurança, quase um terço (28,7%) diz ter sido vítima de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos e 3,1% informaram que neste mesmo período o ônibus em que trabalhavam sofreu incêndio proposital ou alguma tentativa. Um terço (33,2%) se envolveu em pelo menos um acidente nos últimos dois anos.

Infraestrutura e reivindicações 
As condições da infraestrutura também são dificuldades enfrentadas no dia a dia dos motoristas. O pavimento das ruas e avenidas foi considerado regular, ruim ou péssimo para 77,6% dos entrevistados. Já em relação à fluidez do tráfego, 81,8% relataram que há problemas. As principais reivindicações dos motoristas de ônibus urbanos são a maior segurança policial (61,7%), a necessidade de pontos de apoio ao motorista com mais conforto e estrutura (33,7%), vias especiais exclusivas para ônibus (29,4%) e a redução dos custos de aquisição da carteira de motorista (24,5%).

CONCLUSÃO 
A Pesquisa CNT Perfil dos Motoristas de Ônibus Urbanos revela aspectos relevantes dessa profissão, como o uso de ferramentas tecnológicas, as motivações para atuar no setor e os principais entraves. O presidente da CNT, Clésio Andrade, destaca que grande parte dos trabalhadores orgulha-se da profissão, mas ainda enfrenta uma série de desafios.

“Cerca de um terço já sofreu algum assalto nos últimos dois anos. Além disso, os motoristas cumprem, diariamente, rotinas de trabalho desgastantes, causadas pelos constantes congestionamentos. Fica clara, então, a necessidade de investimentos em segurança pública, em infraestrutura viária e em pontos de apoio para acolher esses profissionais”, afirma Clésio Andrade.

O presidente da CNT ressalta também que a pesquisa mostra a forte atuação do SEST SENAT na defesa do trabalhador do transporte. “Os motoristas de ônibus urbanos reconhecem que os atendimentos são fundamentais para melhorar o seu desempenho profissional e a sua qualidade de vida. Esse indicativo nos estimula a continuar aprimorando os serviços prestados pelo SEST SENAT.”

 

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