Diário da Manhã

As exportações do Rio Grande do Sul totalizaram US$ 25,1 bilhões em 2013, significando um crescimento de 44,3% em comparação com 2012. Esse avanço foi determinado pela contabilização como venda externa de três plataformas de petróleo e gás, que também levaram o resultado do setor industrial a um incremento de 36,8% (US$ 19,7 bilhões). Caso essas operações da Petrobras, que somaram       US$ 4,77 bilhões, fossem desconsideradas, o avanço das indústrias, responsáveis por 78,6% das exportações totais no Estado no ano passado, seria bem mais modesto (3,7%) e ainda abaixo do patamar registrado em 2011.  “A trajetória de recuperação das exportações não demonstrou o vigor que esperávamos com a desvalorização da taxa de câmbio em 2013. Pesou negativamente o cenário externo ainda complicado e os problemas estruturais que diminuem a competitividade dos nossos produtos”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller.

Além de Materiais de Transporte (21.895%), onde estão computadas as plataformas, outros setores de destaque em 2013 foram Coque e Derivados de Petróleo (195,9%) e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (16,1%). Por outro lado, Produtos Alimentícios e Máquinas e Equipamentos registraram quedas de 7,2% e 5,7%, respectivamente.

Ainda nessa base de comparação, as exportações de produtos básicos também tiveram forte expansão (86,8%), somando US$ 5,13 bilhões. A pequena base de comparação, em decorrência da seca que atingiu o Estado em 2012 explica esse incremento. As principais vendas foram de soja.

No que se refere aos destinos das exportações totais gaúchas, a China garantiu a primeira colocação ao elevar em 59,1% os seus pedidos, recebendo basicamente soja em grão. Os segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, com Panamá (8.754,5%) e Holanda (292,9%) devido à contabilização das plataformas de petróleo e gás. Na sequência, a Argentina ampliou suas compras em 23,2%, em especial de veículos automotores. Os Estados Unidos (20,9%) fecharam o ano na quinta posição com a importação de armas de fogo e tabaco não-manufaturado.

De acordo com o presidente FIERGS, as perspectivas para este ano apontam para um crescimento moderado das exportações industriais gaúchas. Sem a contabilização das plataformas em 2013 para efeitos de comparação, o setor deverá evoluir em torno de 3,5% em 2014. “O cenário para a demanda externa mostra-se ambíguo, com perspectiva negativa para a Argentina, neutra para a União Europeia e positiva para os Estados Unidos”, destacou Müller.

Em relação às importações totais do Rio Grande do Sul em 2013, ante 2012, o aumento ficou em 9,1%, somando US$ 16,8 bilhões. Os segmentos que mais ampliaram seus pedidos foram Combustíveis e Lubrificantes (36,0%) e Bens de Capital (17,1%).

Vendas de plataformas – Duas plataformas de petróleo e gás foram vendidas para o Panamá (P-63, em junho, e P-58, em novembro) e uma para a Holanda (P-55). A contabilização como exportação das plataformas de petróleo é meramente contábil, uma vez que não houve a saída física dos produtos para outros países. Nesses casos, subsidiárias da própria Petrobras no exterior realizaram a compra desses equipamentos que, posteriormente, foram internalizados pelo Brasil através de um contrato de aluguel. Esse tipo de movimentação está contemplado pelo Regime Repetro, que incentiva empresas estrangeiras a desempenhar atividades de pesquisa e produção no segmento de petróleo através de isenções tributárias.

Dezembro – As exportações do Estado em dezembro cresceram 5,6%, ante o mesmo mês de 2012, totalizando US$ 1,16 bilhão. O setor industrial respondeu por 96,6% desse resultado. Já as importações gaúchas recuaram   (-31,5%) e atingiram US$ 1,43 bilhão. Mesmo com essa queda nas compras, o saldo comercial ficou negativo em US$ 270 milhões.
Ranking dos Estados exportadores em 2013 (em US$ milhões)