Médico forneceu mais de 11 mil dias de atestado em três meses
Câmara vai acompanhar a saúde dos servidores da prefeitura
A Câmara de Vereadores vai criar uma Frente Parlamentar para acompanhar a saúde do servidor municipal. A proposta foi apresentada pelo vereador Marcos Ferreira (PT), ao final da reunião com o secretário de Administração e Finanças, José Cruz, e o vice-presidente do Sindicato dos Municipários, Tiago Botelho, para debater denúncias do Simp sobre perícias médicas no setor de biometria. Presidido pelo vereador Marcus Cunha (PDT), o encontro contou também com a presença da perita em medicina do trabalho e chefe da biometria da Prefeitura, Rossana Guidotti Gomes. Foram mais de duas horas de discussão. O secretário Cruz afirmou que o governo vai encaminhar ao Ministério Público o nome da empresa e do médico que, nos últimos três meses, forneceu 11.391 dias de atestados médicos. “São 30 anos de atestados em três meses”, disse José Cruz. E completou: “ou temos servidores absolutamente doentes, incapazes, ou não sabemos gerenciar a biometria”. O secretário afirmou que, depois de sucessivos questionamentos do vereador Marcus Cunha a respeito da lotação dos mais de oito mil servidores, “acendeu a luz vermelha. Reformulamos, trocamos a chefia da biometria, trocamos médicos, e todos (os servidores) têm orientação de atender a necessidade do servidor e dos que são admitidos”.
ROSANA Guidotti Gomes, perita em medicina do trabalho, esteve na Câmara
Foto: Pacheco/Divulgação
Ele questionou o grande número de atestados apresentados pelos professores da rede municipal. “Onde estão os professores? O maior número de atestados é da Smed (Secretaria Municipal de Educação)”, afirmou Cruz, o que foi confirmado pela médica Rossana Gomes. Segundo a perita, a depressão é a doença que mais atinge os profissionais da Educação. Ela disse que se o atestado for de um médico clínico, ela encaminha o paciente para um psiquiatra para atendimento especializado. Mas, segundo o vice-presidente do Simp, enquanto não consegue o tratamento, o servidor é obrigado a voltar ao trabalho, mesmo em depressão, ou tem os dias descontados. Tiago Botelho também indagou por que a Prefeitura não realiza, conforme manda a legislação trabalhista, estudo sobre condições de local de trabalho, para conhecer a realidade dos servidores em seu dia-a-dia. “Se há grande número de servidores afastados, um dos motivos é o desconhecimento dessa realidade, das condições em que executam suas atividades”. VEÍCULO – O secretário de administração disse que a Prefeitura já colocou um carro e um motorista à disposição da biometria para visitar pacientes em casa, quando não tiverem condições de ir pessoalmente levar seus atestados médicos. “Queremos um serviço de biometria que ajude a curar o servidor”.
