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BRASIL X COLÔMBIA : Que desta vez seja menos dramático

04 julho
09:24 2014

Brasil enfrenta a Colômbia, às 17h, no Castelão, buscando encontrar o equilíbrio para avançar na Copa do Mundo

Tudo que a torcida brasileira quer é que desta vez seja menos dramático: sem choro, sem prorrogação e sem a necessidade de decidir nos pênaltis. A expectativa é que o Brasil finalmente possa se impor diante do adversário e vencer com a autoridade de quem joga em casa. O jogo com a Colômbia, nesta sexta-feira, às 17h, na Arena Castelão, em Fortaleza, vale vaga nas semifinais da Copa do Mundo.

O retrospecto histórico aponta o Brasil como favorito neste confronto. Mas o desempenho das equipes indica outra tendência. Enquanto a equipe de Luiz Felipe Scolari tem uma trajetória de irregularidade na competição, a Colômbia apresenta aproveitamento de 100%. E ganhou os quatro jogos com superioridade inquestionável sobre os adversários: 3 a 0 na Grécia, 2 a 1 na Costa Rica, 4 a 1 contra o Japão e 2 a 0 diante do Uruguai.

Neymar tem disputa direta com a revelação colombiana James Rodriguez em busca da artilharia da Copa. Neymar tem 4 gols enquanto James 5 gols

Neymar tem disputa direta com a revelação colombiana James Rodriguez em busca da artilharia da Copa. Neymar tem 4 gols enquanto James 5 gols

As duas seleções dependem de seus camisas 10 para avançar no Mundial. Neymar é o talento do Brasil, embora a dupla de zaga formada por Thiago Silva e David Luiz seja de alto nível. David Luiz é o jogador com nota mais alta no ranking da Fifa até as oitavas de final. O goleiro Júlio César foi decisivo na partida diante do Chile, especialmente nos pênaltis, quando defendeu duas cobranças. Mas Neymar é o cara do Brasil.

Se Neymar é o artilheiro da Seleção Brasileira com quatro gols, James Fernández é o goleador da Copa, com cinco. O meia é o símbolo de uma geração de jogadores habilidosos do futebol colombiano. Mas ele não está sozinho. Cuadrado é quem dá ritmo ao time e os atacantes Teófilo Gutiérrez e Jackson Martinez não deixam saudade da estrela Falcão Garcia, que ficou fora da Copa por causa de uma cirurgia no joelho.

Paulinho deve retomar vaga na seleção

Paulinho em lance contra Hernanes: volante deve ser o substituto de Luiz Gustavo contra a Colômbia Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Paulinho em lance contra Hernanes: volante deve ser o substituto de Luiz Gustavo contra a Colômbia
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Paulinho amargou a reserva na partida diante do Chile, porque suas atuações anteriores de nada lembraram seu rendimento na Copa das Confederações de 2013. Mas o volante deve retornar ao time na partida desta sexta-feira, diante da Colômbia, em Fortaleza. O técnico Luiz Felipe Scolari indicou que Paulinho deve ser o substituto de Luiz Gustavo, que está suspenso pelo segundo cartão amarelo.

A entrada de Henrique como um terceiro zagueiro foi uma das variações testadas no treino de quarta-feira na Granja Comary. Mas é uma opção para o decorrer da partida – inclusive, com a hipótese da saída de Fred. “Dependendo do resultado, é uma situação que o Henrique estava acostumado comigo no Palmeiras. Mas lá no Palmeiras, ele não jogava com o Thiago e com o David Luiz. Era um pouquinho diferente”, afirmou o treinador.

Fred segue no time, mas passa a ser a primeira opção de saída para a mudança do sistema de jogo da seleção. Caso o Brasil esteja com a necessidade de segurar o resultado, o centroavante pode ser substituído por mais um zagueiro ou para a entrada de mais um meio-campista. Felipão descartou a hipótese de marcação individual sobre o meia James Rodríguez.

Colômbia “sem medo” do Brasil

A ordem na Colômbia é esquecer o passado recente nesta Copa do Brasil e se concentrar no futuro. O argentino José Pekerman, que comanda a equipe colombiana, quer seus jogadores com a mesma postura apresentada nos jogos contra Grécia, Costa do Marfim e Uruguai. “Acho que o segredo é não pensar em situações anteriores, tem de olhar pra frente. Para a Colômbia cada jogo é um novo desafio, não podemos pensar no que já passou”, disse o treinador em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

A Colômbia aguarda sem medo pelo Brasil, mas com muito respeito. “Não temos medo, nenhum medo, mas muito respeito pelo Brasil. Sabemos o que é o Brasil, o que representa para o futebol e também é a seleção anfitriã, tem grandes jogadores. Pode não estar no seu melhor jogo, mas está conseguindo os resultados. Temos muito respeito”, comentou o volante Carlos Sánchez.

Há um retrospecto que anima os colombianos. Desde 7 de setembro de 2003, a equipe não perde para o Brasil. Neste período houve quatro empates – três deles por zero a zero.

Felipão vê Brasil com mão na taça

{title} © 2014A Seleção Brasileira vai indo aos “trancos e barrancos” na Copa do Mundo. Mas otimismo da comissão técnica segue inabalável. Na entrevista coletiva desta sexta-feira no Castelão, em Fortaleza, o técnico Luiz Felipe Scolari disse que o Brasil segue “com a mão na taça”. O treinador reforçou o que foi dito por seu auxiliar Carlos Alberto Parreira, antes do começo do Mundial, quando esbanjou confiança ao dizer que a seleção estava com a “mão na taça”.

“Continuamos otimistas. Continua a seleção, com uma mão na taça. Vamos para o quinto passo. Aquelas declarações do Parreira foram espetaculares. Não poderia ser diferente”, disse Felipão. “Nosso torcedor não espera nada diferente. Eles querem que digamos isso. Continuamos com o mesmo discurso”, completou o treinador, que explicou também a declaração, dada em recente encontro com seis jornalistas que “trocaria” um jogador do grupo que convocou.

“Disse que nesse momento da competição queria somar um jogador com características diferentes. Por uma razão ou outra, gostaria de acrescentar alguém pelas características do jogo seguinte. E para acrescentar tem que tirar alguém. Mas chamei os 23 que estão aqui, e vou morrer abraçado com eles. Vamos ganhar com eles”, afirmou. A reunião com esses seis jornalistas gerou uma resposta ríspita do treinador. “Quem não gostou que vá para o inferno”.

Mudanças necessárias

Se confirmada apenas a entrada de Paulinho no lugar de Luiz Gustavo, a Seleção Brasileira muda não mudando. Vai seguir fragilizada no meio-campo e sacrificando Oscar numa tarefa decisiva. Na verdade irá perder – pelo segundo cartão amarelo – seu melhor volante, entrando outro que vinha jogando pouco e, por isso, saiu do time.

Mas se Fred sair para a entrada de mais um meio-campo ou de um terceiro zagueiro, a equipe pode ficar mais compacta. Até porque, os “nove” do Brasil não vem dando a resposta. Neymar será mais atacante do que vem sendo, jogando mais perto da área adversária, seguindo com toda a liberdade; e Hulk um pouco mais desobrigado de voltar para marcar.

Com três zagueiros, os laterais poderão apoiar com menos preocupação defensiva. Mas há boas opções para, ao invés de três zagueiros, optar por mais um meio-campista: Ramires, Hernanes e até mesmo Willian. O que já teria acontecido é mudança no time. O legado da Copa das Confederações se desfez com o passar dos jogos.

Neymar, Marcelo e David Luiz combinam jogada ensaiada no último treino do Brasil antes de encarar a Colômbia Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Neymar, Marcelo e David Luiz combinam jogada ensaiada no último treino do Brasil antes de encarar a Colômbia
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Na história…

O Brasil segue como candidato ao titulo. Talvez, até como favorito por jogar em casa. Também chegou o momento da tradição e da camisa pesarem na hora decisiva. Se passar pela Colômbia, cria uma atmosfera positiva, pois estará faltando apenas dois jogos para a conquista do tão desejado hexa, isolando o futebol brasileiro como mais vencedor na história das copas. Mas há algo inegável – independente do resultado final: esta é uma das piores seleções desde que o Brasil se tornou um campeão em 1958. É possível que esteja à frente apenas da de 1966, cuja preparação para o Mundial da Inglaterra foi muito mal planejada.

“Professores” milionários

Felipão fatura 8,8 milhões por ano. Ele é o quarto treinador mais bem pago entre os 32 que desembarcaram no Brasil para a Copa do Mundo de 2014. O comandante da equipe brasileira só está atrás do italiano Fábio Capello, técnico da Rússia, com R$ 25,1 milhões anuais. Por sinal, o parlamento russo quer que Capello se demita do cargo, depois do fracasso no Mundial. Os outros dois mais bem pagos foram também eliminados precocemente: o inglês Roy Hodgson (R$ 13,1 milhões) e o italiano Cesare Prandelli (R$ 9,6 milhões).

Dentre os oito técnicos das quartas de final, Luiz Felipe é que está “engordando” melhor sua poupança. Depois aparecem, pela ordem: Joachim Low – Alemanha (R$ 8 milhões anuais), Van Gaal – Holanda (R$ 6,1 milhões), Didier Deschamps – Franca (R$ 4,8 milhões), José Pekerman – Colômbia (R$ 3,7 milhões), Marc Wilmots – Bélgica (R$ 1,9 milhão), Alejandro Sabella – Argentina (R$ 1,8 milhão), José Luiz Pinto – Costa Rica (R$ 985 mil).

Ficha Técnica

BRASIL

Júlio César

Daniel Alves

Thiago Silva

David Luiz

Marcelo

Fernandinho

Paulinho

Neymar

Oscar

Hulk

Fred

T: Luiz Felipe Scolari

COLÔMBIA

Ospina

Zúñiga

Zapata

Yepes

Armero

Sánchez

Aguilar

Cuadrado

James Rodríguez

Téo Gutiérrez

Jackson Martínez

T: José Pekerman

Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Espanha). Horário: 17h. Local: Arena Castelão, em Fortaleza/CE

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