Diário da Manhã

A greve dos técnicos em Enfermagem do Pronto Socorro de Pelotas e Hospital Universitário São Francisco de Paula(HUSFP), que durou efetivamente entre os dias 10 e 13 deste mês, está suspensa a pedido do Ministério Público do Trabalho(MPT) para que as partes – gestores e trabalhadores consigam chegar a um acordo sem prejudicar os usuários das instituições hospitalares. O prazo da suspensão expira na próxima segunda-feira. E os trabalhadores já avisaram que se os gestores não atenderem a reivindicação que levou a categoria à greve os serviços serão paralisados novamente no dia 23.

CATEGORIA promete voltar a protestar caso não tenha reivindicação atendida

Os trabalhadores buscam o cumprimento, pelos gestores, da Lei Estadual 14.460/2014, que cria o Piso Salarial Regional de R$ 1.100,00 aos trabalhadores técnicos; os gestores entendem que fazem jus ao valor os trabalhadores que cumprem jornada de 220 horas mensais. Em Pelotas, além do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde(SindiSaúde), a direção da FAU tem outro entendimento, e paga o piso mesmo aos trabalhadores com carga horária mensal de 180 horas.

LIMINAR – No dia 13, dia em que a greve ganhou uma pausa, a direção do HUSFP conseguiu junto ao Tribunal Regional do Trabalho(TRT) liminar que, segundo informam os gestores  “determina a presença de 100% dos técnicos em Enfermagem nas UTI’s, Pronto Socorro, Maternidade, Hemodiálise e Centro Cirúrgico e, nos demais setores, a manutenção do percentual de 50% de técnicos de Enfermagem em atividade” nas duas instituições.

Ainda de acordo com os gestores,  liminar foi deferida pela Seção de Dissídios Coletivos da 4ª Região do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O documento salienta que o número reduzido de técnicos em atividade “importa prejuízos reais e potenciais à população, expondo a risco os pacientes já internados e os que vierem a buscar atendimento”. O não cumprimento da ordem judicial acarretará em multa diária de R$ 20 mil ao Sindicado dos Trabalhadores em Serviços de Saúde de Pelotas.

SINDISAÚDE – Ao ser procurada pela Reportagem do Diário da Manhã, nesta quarta-feira, a direção do SindiSaúde explicou que não tinha conhecimento da Liminar. E apontou a carência de trabalhadores como um dos problemas à prestação de bons serviços à comunidade pelas duas instituições.

“Os trabalhadores fazem o que podem, dão o máximo para que a comunidade tenha um bom atendimento, enquanto os gestores não estão nem aí”, diz o presidente do SindiSaúde, Luciano Viegas.