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1º SEMESTRE DE 2016 : Fecomércio prevê que crise na economia vai se agravar

1º SEMESTRE DE 2016 : Fecomércio prevê que crise na economia vai se agravar
29 dezembro
09:38 2015

O cenário de recessão que se consolidou ao longo de 2015 vai se prolongar em 2016. O ajuste fiscal não evoluiu da forma que seria necessário e o quadro atual deve se manter e atingir o ‘fundo do poço’ no primeiro semestre do próximo ano.

Para 2016, a projeção é de um Produto Interno Bruto (PIB) de -2,0%, a mesma estimativa vale para o desempenho da economia no Rio Grande do Sul. As informações foram apresentadas durante o almoço de final de ano da Fecomércio-RS com a imprensa do Estado.

A inflação seguirá elevada, entre 6% e 7%, mas não chegará aos dois dígitos (10%) esperados para até o final de 2015. O dólar continuará em patamar elevado, na casa dos R$ 4,00, pressionado pelo descontrole político no Brasil e pela alta dos juros no mercado norte-americano. Os juros permanecerão elevados, com a taxa básica em 13,50%, um pouco abaixo da que encerra 2015, em 14,25%.

LUIZ Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS

LUIZ Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS

SETOR TERCIÁRIO

Com base nessas perspectivas, o setor terciário privado do Rio Grande do Sul (comércio de bens, serviços e turismo) também será impactado negativamente pela conjuntura econômica que se desenha. A estimativa para 2016 é de recuo de 3,2% na atividade de Comércio e de 2,0% na de Serviços. Os números desfavoráveis sobre o setor terciário – atualmente responsável por 53% do emprego formal no Estado mantém, portanto, o resultado negativo que é esperado para o presente ano. Em 2015, o crescimento acumulado até setembro está deficitário em todos os três grandes ramos que formam o segmento: Varejo (-5,3%), Varejo Ampliado (-11,3%) e Serviços (-3,3%).

“Vivemos uma crise essencialmente interna e não podemos responsabilizar o resto do mundo pelo desempenho ruim da nossa economia. Enquanto o PIB brasileiro cai acentuadamente, os principais países do mundo estão crescendo”, compara o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

De acordo com Bohn, os últimos anos foram marcados por uma série de erros na condução da economia. O governo realizou diversas intervenções desastradas e acumulou passivos como inflação e déficit público, ao tentar fazer a economia crescer por meio do aumento de gastos e redução forçada de juros. “Agora, é essencial resolver o problema das contas públicas, missão que o governo ainda não conseguiu cumprir”, salientou o presidente da Fecomércio-RS.

CARGA TRIBUTÁRIA

Com o slogan ‘Basta de Tanto Imposto!’, a Fecomércio-RS liderou  neste ano o movimento empresarial na luta contra o aumento e criação de mais tributos que pesam sobre o setor produtivo como um todo. Com forte participação no Legislativo e Executivo, atuou contra o aumento da alíquota básica do ICMS de 17% para 18%. “Entendemos que a saída para a crise financeira do Rio Grande do Sul independe da alta de impostos, mas da geração de receita por outras fontes, correção de distorções, redução de gastos da máquina pública e gestão”, afirma Luiz Carlos Bohn.

Para 2016, o movimento ganha ainda mais força com a possibilidade de o governo federal recriar a CPMF, tributo sobre as operações bancárias e financeiras. A mobilização ganhou força e permanece nas redes sociais e nas ruas, com cartazes e faixas pedindo o fim da cobrança abusiva de impostos sobre o trabalhador e o empresariado. “Antes de se pensar em mais imposto, é urgente uma reforma em nosso sistema tributário que permita o crescimento econômico do País. Feito isso, naturalmente a carga tributária tende a diminuir dos atuais 36% do PIB”, destacou Bohn.

Segundo o presidente da Fecomércio-RS, em outros países, o percentual relativo a tributos pagos supera os do Brasil, mas a diferença é que a  sociedade tem o retorno dessa contribuição, com a entrega de serviços de excelente qualidade. “Acreditamos que um sistema tributário para ser bom, tem que ser de fácil entendimento e de simples cumprimento no tocante às suas obrigações. Para tanto, as palavras-chave são simplificar, reduzir e desburocratizar.”

‘GIRO PELO RIO GRANDE’

Justamente para ampliar a discussão sobre a necessidade de um novo posicionamento do empresariado e da sociedade sobre os tributos, a Fecomércio-RS elegeu em 2015 o tema  ‘Os desafios da Reforma Tributária’ para nortear os encontros ‘Giro pelo Rio Grande’. Ao longo de 2015 foram seis eventos realizados nos municípios de Cachoeira do Sul, Jaguarão, Novo Hamburgo, São Borja, Nova Prata e Santa Rosa. Além de ampliar o debate sobre o tema impostos, as reuniões tiveram o objetivo de ouvir as demandas dos sindicatos associados à Federação e fortalecer a base de atuação do Sistema Fecomércio-RS no Estado.

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