Profissionais de Pelotas e da região Sul prestam assistência à saúde no Amapá
Ajuda possibilitará abertura de 30 novos leitos nos próximos dias
O Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap) recebeu nos últimos dias mais de 30 profissionais enviados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para auxiliar na emergência em saúde que o Amapá enfrenta. São médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, residentes médicos, residentes em enfermagem e residentes em fisioterapia de todas as regiões do Brasil.
Da região Sul, já chegaram ao Amapá nove profissionais, sendo um fisioterapeuta, uma enfermeira e um técnico em enfermagem do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), duas técnicas de enfermagem do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), e um pediatra, duas técnicas em enfermagem e um residente médico do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), todos recrutados a partir do edital de voluntários publicado pela Ebserh. Os profissionais vão ficar até 20 dias.
“Um esforço de mais de 150 trabalhadores e trabalhadoras da Ebserh em toda a logística para abertura dos leitos. Não estamos medindo esforços para que a defesa da vida possa prevalecer no estado do Amapá com a abertura destes espaços no HU-Unifap”, destacou o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, reforçando que a atuação é fruto de uma atuação conjunta entre Ebserh, Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Amapá.
O técnico de enfermagem Patrick Chaves, do HE-UFPel, que chegou ao Amapá no último domingo (04/06), disse que as primeiras impressões foram muito boas, que o HU-Unifap tem estrutura de última geração, mas ainda em fase de estruturação. “Com essa crise de saúde pública vigente vim juntamente com outros colegas também com expertise em pediatria para agregar conhecimento, trocar experiências e criar uma força de trabalho afim de solucionar a problemática de saúde pública local”.
Sobre os objetivos de se voluntariar, a técnica em enfermagem Adriana Amorim, do HU-Furg, ressalta que acredita em uma força divina e que pode contribuir com sua experiência. “Trabalho na área da saúde há 30 anos, sendo 20 anos em UTIs pediátricas e neonatais. Estava acompanhando a situação do estado pelos noticiários e me inscrevi pensando em vir e ajudar, tinha certeza que Deus tinha um propósito! Chegar aqui é ver gente de todos os lugares do Brasil querendo ajudar é muito gratificante”.
A vontade de ajudar é a motivação comum de todos os voluntários da Rede Ebserh. “Há uma dificuldade de mão de obra especializada para trabalhar com pediatria e neonatologia, então vim para ajudar o próximo, para somar com colegas da saúde, conhecer um outro cenário, porque a questão logística aqui é complexa, para a chegada de insumos, medicamentos e equipamentos. Estamos podendo ajudar com nossos conhecimentos e experiências”, destaca a enfermeira Priscila Moutinho, da UTI Neonatal do HE-UFPel.
O pediatra Eduardo Meister, do CHC-UFPR, explica que a sazonalidade das doenças respiratórias mudou com a pandemia, mas o pico de infecções agora demonstra que estamos próximos do que acontecia até 2020. “O agravante é que o Covid afetou a resposta imune de muitas pessoas, que agora apresentam quadros de doenças mais longos e graves do que antes, além da faixa etária ter se estendido para idades mais avançadas. Com isso, o sistema de atendimento pediátrico, que normalmente já é sobrecarregado, colapsou”.
O médico reforça que por conta desse panorama a crise que acontece no Amapá merece ser vista com muita atenção por todos. “Devemos ajudar de todas as formas, auxiliando na assistência das crianças, e no alívio da sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde. Se conseguirmos ajudar uma criança apenas, já terá sido válido o voluntariado. A sensação é de necessidade de cumprir o dever, como cidadão e profissional da saúde”.