CUIDADO INFANTIL: Brinquedoteca do HE-UFPel comemora um ano de funcionamento
O espaço oferece atendimento especializado aos pequenos pacientes do SUS
A Brinquedoteca do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), vinculado à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh), está em festa! Completando um ano de funcionamento em 04 de novembro, o espaço foi revitalizado e reaberto após a pandemia de covid-19, tornando-se acolhedor e estimulante para os pequenos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde novembro de 2022 até 11 outubro de 2023, foram atendidas 154 crianças, sendo 139 em fase escolar da Educação Infantil (6 meses a 5 anos incompletos) e 15 em fase escolar do Ensino Fundamental (6 anos a 11 anos incompletos).
O espaço é voltado às crianças internadas nos 11 leitos da Pediatria, ligada à Unidade da Criança e do Adolescente (UCA). O local tornou-se um refúgio de alegria, esperança e diversão, estimulando o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos pacientes infantis, como ressalta a chefe da UCA, Sueine Valadão da Rosa, “A Brinquedoteca é coadjuvante no tratamento da criança internada e que está afastada do seu ambiente do convívio, da família, da escola, dos amigos e dos animais de estimação. Ela passa a estar em um ambiente com pessoas novas, rotinas diferentes, passando por vários procedimentos que não são confortáveis, alguns causam dor – que gera estresse, medo, angústia e outros sentimentos”. A gestora completa: “a criança, por meio do processo de brincar, consegue manifestar sentimentos e emoções e, com isso, aliviar esses sentimentos, e isso é muito benéfico, pois a criança ficando mais tranquila, é parte colaborativa também do cuidado com a equipe assistencial”.
Com o trabalho da pedagoga hospitalar, Adriana Coutinho, que dedica 40 horas semanais a esse atendimento humanizado e completo, as crianças têm a oportunidade de brincar e aprender durante o período de hospitalização. É importante ressaltar que a pedagogia hospitalar é uma forma de ensino da Educação Especial que visa atender crianças ou adolescentes com necessidades educativas especiais transitórias, ou seja, possibilita atendimento escolar diferenciado e especializado durante o período de hospitalização.
Brinquedoteca do HE-UFPel oferece atendimento humanizado e completo às crianças hospitalizadas
Uma das atividades de destaque é o projeto Classe Hospitalar, formalizado junto à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do HE-UFPel. O projeto conta com a participação de alunas do curso de Pedagogia da UFPel, que realizam ações planejadas pelo docente da UFPel, Lui Nörnberg. Além disso, a pedagoga hospitalar, responsável pelo projeto, desenvolve atividades específicas para cada criança, levando em consideração sua idade e condições clínicas. Adriana destaca que todo o material utilizado nas atividades é produzido no próprio Hospital, seguindo os protocolos de segurança e higienização necessários. As dinâmicas das aulas são baseadas na flexibilização do currículo escolar, incluindo atividades que trabalham a coordenação motora, contação de histórias, teatro, desafios matemáticos e de língua portuguesa, além de oficinas de arte.
O impacto do projeto é sempre muito positivo, segundo a pedagoga hospitalar. “Muitas vezes, as crianças não querem ir para casa, relatos recorrentes, pois consigo oferecer atendimento humanizado no cuidado, com foco no bem-estar daquela criança que está em momento tão frágil da vida. Faço contato com as escolas para manter o vínculo com os estudos e garantir que a criança terá acompanhamento durante e pós-internação. A sala da Brinquedoteca é um oásis lúdico dentro do Hospital”, afirma.
A Brinquedoteca também ajuda na maturação do equilíbrio emocional das crianças. Profissionais e responsáveis relatam diversos benefícios proporcionados, como a diminuição do estresse e a melhora no vínculo entre a equipe multiprofissional e as crianças. “As crianças relaxam quando percebem que o ambiente pode ser acessado para além das enfermarias. Nosso ambiente acolhe a todos, de forma empática, com vistas a prestar cuidado de forma humanizada”, explica Adriana. Com as atividades lúdicas e educacionais ofertadas, as crianças podem se desenvolver de forma saudável e feliz, mesmo em meio às adversidades da saúde.