Mobilização contra o aumento de impostos
Entidades se articulam para pressionar pela não aprovação do projeto que será votado na Assembleia Legislativa do Estado aumentando o ICMS
Em um momento desafiador marcado por perdas de renda, dívidas acumuladas de famílias e negócios, e os impactos devastadores de três anos consecutivos de seca e enchentes, diversas entidades representativas uniram suas vozes em uma nota oficial conjunta
O Sistema Fetransul, Federasul, Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul – SETCERGS, AGV – Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo Gaúcho e o Sindicato Rural lançaram um apelo aos valores que unem a sociedade gaúcha diante das medidas recentes do Governo.
O decreto do Governador que encerra benefícios fiscais nesse contexto sensível é visto pelas entidades como uma medida que eleva os preços dos alimentos, prejudicando empresas, empregos e famílias já impactadas por uma série de adversidades. O aumento proposto no ICMS sobre itens essenciais, como luz, alimentos, roupas e transporte, é considerado uma barganha prejudicial em tempos tão desafiadores.
A nota conjunta denuncia a tentativa do Governo de justificar o aumento de impostos alegando uma futura falta de arrecadação, baseando-se em projeções para o crescimento do Rio Grande do Sul em 2024. As entidades ressaltam que tal narrativa é baseada em um artigo da reforma tributária nacional que já foi retirado, evidenciando uma estratégia política questionável.
O comunicado destaca a contradição de um jovem político que, ao afirmar proteger o futuro com mais impostos, compromete o presente, gerando desespero em vez de esperança. A nota aponta para o prejuízo direto causado a trabalhadores, empresários, agricultores e caminhoneiros, caracterizando a estratégia do Governo como uma tática insensível de coação.
Diante da tentativa de sobrepor narrativas à realidade e dividir pelo medo, as entidades enfatizam a necessidade de resgatar os valores que unem a população, independentemente de posicionamento político. O apelo é para a valorização do trabalho, produção e permanência de empregos, empresas e talentos como fundamentais para o progresso econômico.
Em vista da gravidade da situação, as entidades convocam seus associados a participarem de manifestações pacíficas e ordeiras nesta terça-feira, 19 de dezembro, às 11h, em frente à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A intenção é apoiar os Deputados do Parlamento gaúcho na votação que decidirá sobre qualquer aumento de impostos, reforçando o compromisso coletivo com valores que fortaleçam a união e estimulem a construção de um futuro mais promissor para o estado.
Federação Varejista do RS convoca lojistas gaúchos para mobilização contra aumento do ICMS
O presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner, emitiu um convite especial a todos os representantes do varejo e serviços do estado. A entidade estará presente em vigília a partir das 11 horas da manhã até o término da sessão, acompanhando de perto a votação e oferecendo apoio aos deputados que se manifestaram contra o aumento proposto. O presidente Ivonei Pioner ressaltou que essa luta é coletiva e convidou todos os envolvidos no setor para se unirem à mobilização.
“A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul será o palco desse importante evento, marcado para o dia 19 de dezembro. A presença dos representantes do varejo e serviços é crucial para expressar a posição contrária ao aumento de impostos. Juntos, lutaremos por um ambiente de negócios mais favorável para o nosso setor em 2024”, afirmou.
A Federação Varejista do RS, como representante legítima do setor de comércio e serviços do RS, e integrante do Sistema CNDL – Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, tem atuado de forma incisiva junto aos parlamentares para que se posicionem contrários ao aumento proposto do ICMS. Refuta a proposta de revisão de benefícios fiscais apesentada pelo governador, Eduardo Leite, que, na prática, traz corte de benefícios fiscais para 64 setores produtivos e aumento no imposto cobrado dos itens que integram a cesta básica. A entidade reafirma sua convicção de que o desenvolvimento do Estado deve ser pautado pela geração de riquezas, aumento de investimentos e pela redução da máquina pública. É impreterível que o estado reduza suas despesas, assim mantendo as empresas competitivas.