Confusão no processo de escolha para a reitoria da UFPel
Estudantes bloqueiam na manhã desta segunda-feira a sede da Adufpel e impedem inscrições de chapas
A escolha para o novo reitor da UFPel iniciou cercada de polêmicas e discussões. De maneira supreendente, os organizadores do pleito – sindicato dos técnicos-administrativos (Asufpel) e dos docentes (Adufpel) – implantaram um calendário eleitoral em assembleia extraordinária na última sexta-feira (26), que previa inscrições das chapas com prazo final até esta segunda-feira.
Com gritos de “sem estudante, não tem eleição”, os discentes protestam e dizem terem sido alijados do processo de escolha do novo reitor.
A eleição na UFPel é organizada por três representantes da comunidade acadêmica: técnicos-administrativos, docentes e estudantes. E é justamente na participação dos alunos que reside uma das principais discussões.
De um lado os dois sindicatos dizendo que existe um documento elaborado pelos representantes dos estudantes, concordando com o processo e com o calendário aprovado.
De outro lado, representantes de uma das chapas pré-candidatas, questionando se o documento é legítimo, verdadeiro e válido.
A resposta veio na manhã desta segunda-feira. Os estudantes bloquearam a entrada da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (ADUFpel), localizada na rua Quinze de Novembro, nº 110, e não estão permitindo que sejam registradas as chapas, numa clara demonstração de contrariedade ao processo desencadeado pelos outros organizadores das eleições.
Outro questionamento importante é quanto a realização das eleições neste momento uma vez que a UFPel está em greve, o que prejudicaria todo o processo de campanha das chapas.
As polêmicas não param, e até mesmo o sistema de votação eletrônico foi colocado em dúvida pelos sindicatos, que chegaram a propor que o voto fosse “impresso e auditável”, um retrocesso que dificultaria a participação sobretudo dos estudantes.
A Associação dos Servidores da UFPel (Asufpel) em conjunto com a Adufpel divulgaram nota onde garantem que o processo eleitoral foi amplamente debatido e decidido coletivamente. Veja a nota aqui.
Porém, em imagens amplamente divulgadas nas redes sociais, é possível ver que a assembleia extraordinária que decidiu o calendário foi encerrada com a maioria dos presentes descontentes com a decisão, aos gritos de “golpe”.