Cães abrigados na ARP passam por exame do verme gigante no rim
Parceria entre Prefeitura, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal de Santa Maria permite avaliação com ultrassom abdominal e posterior encaminhamento para cirurgia
Cães abrigados na Associação Rural de Pelotas (ARP), recolhidos pelo Município devido à enchente, já estão passando pelo exame ultrassonografia abdominal, para detecção da presença do Dioctophyme Renale, conhecido como verme gigante no rim, que não tem tratamento, sendo necessária cirurgia para eliminar o parasita capaz de destruir, total ou parcialmente, o rim do animal. O rastreamento dos doentes e o método cirúrgico indicado de acordo com o caso tornam-se possíveis graças à parceria firmada entre Prefeitura, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Hospital de Clínicas Veterinárias da UFPel, e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com a participação da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
O projeto Dioctophyme Renale iniciou-se na ARP na quinta-feira (30), com 40 cães submetidos à ultrassonografia abdominal. Todos os procedimentos são gratuitos. De acordo com a professora da Medicina Veterinária da UFPel, Josaine Rappeti, dos 40 animais avaliados, seis tiveram exame positivo para o verme gigante do rim. Nesta sexta-feira (31), as avaliações prosseguem.
Pelotas é um município apontado como favorável à presença e desenvolvimento do verme que acomete mamíferos domésticos, notadamente os cães que tomam água em valetas. No abrigo da Associação Rural, há pacientes para as atividades previstas no projeto das instituições superiores.
Há dois procedimentos para animais que têm o verme. Um, com o método de videocirurgia, é indicado para os casos que o rim já está totalmente destruído pelo parasita. O outro, com cirurgia convencional, é para situações de comprometimento parcial do órgão.
Entenda a parceria
A Prefeitura cede os animais e disponibiliza o Castramóvel, com estrutura propícia à realização do ultrassom abdominal nos cães sob sua responsabilidade recolhidos ao abrigo. O Hospital de Clínicas Veterinárias da UFPel disponibiliza o aparelho de ultrassonografia.
A Medicina Veterinária da UFPel e a Universidade Federal Santa Maria, em pesquisa da doutoranda Pâmela Caye, da instituição, realizam os exames e os procedimentos cirúrgicos. À UFPel, cabe as cirurgias convencionais, no caso de comprometimento parcial do rim. À UFSM, compete o método de videocirurgia, para situações do rim totalmente tomado pelo verme. Esse procedimento é precedido pelo tratamento do cão em câmera hiperbárica, que otimiza a oxigenação renal.
A terceira instituição superior envolvida no projeto Dioctophyme Renale, a Furg, desenvolve pesquisa da doutoranda Emmanueli Lima, para apurar os motivos que o verme gigante do rim é resistente a tratamentos com vermífugos, visando à ampliação do conhecimento sobre essa espécie e à busca de prováveis alternativas.
A professora Josaine Rappeti, juntamente com a mestranda da UFPel, Laís Formiga, informa que o projeto em andamento disponibilizará, no mínimo, intervenções em 35 animais acometidos pelo verme.
