O mais puro rock rebelde no segundo single-duplo do Red Sand King de 2024
Da promessa de lançarem muita coisa boa essa ano, a banda Red Sand King vem cumprindo o prometido
Marcelo Gonzales
@celogonzales @vidadevinil
Esse single-duplo disponível a partir de então em todas as plataformas de streaming é um soco no estômago daqueles que continuam fazendo o mesmo estrago de sempre em nossa sociedade.
O alerta aos perigos urbanos que ecoa na música Dangerous dá um gostinho muito bom de saber que os caras são brasileiros. Já Remember the Name fortalece o nosso eu interior e nos dá esperança. Tipo… Da mesma forma que Måneskin vem preenchendo o papel rebelde, abusado e libertário do rock a nível mundial, os Red acrescentam duas músicas na playlist dos roqueiros de plantão que vinham com o papo de que: “Não se fazem mais músicas como antigamente.”
Red Sand King traz essas duas propostas rock’in’roll + reflexão + porrada. E digo porrada nos dois sentidos: tanto no peso do som, quanto no soco na cara dos opressores. Com duas letras fortes e cheias de significado transmitindo a mensagem de empoderamento, autossuficiência e resistência em Dangerous e o necessário desvencilhar de rótulos fortalecendo nosso eu que grita para ter espaço do jeito que a gente quiser ser e que se dane os que discordem em Remember the Name. Raul Seixas já dizia que devemos ser livres, Rita Lee nos empoderou com seu grito de igualdade de gênero, Cazuza não ligava para o que diziam a seu respeito… E é sobre isso. Esse é o reflexo desse single-duplo se conseguíssemos colocar músicas diante do espelho.
A capa
Essa capa diz tudo que essas duas músicas dizem. O vermelho de fundo com uma coroa em chamas. Simplesmente complexo! Eu diria até: genial! Na realidade eu já o disse para seu criador que se diz um mero publicitário… Não sou designer, ele disse… OK! Mas a embalagem do produto para o publicitário deve dizer muito sobre ele e essa ‘embalagem’ faz o papel tirando onda, como dizemos aqui no Rio!
Se as capas falassem, essa estaria gritando: “Não ao poder arbitrário contra as massas desprevenidas e desprotegidas! Não aos preconceitos! Não ao autoritarismo! Não!” Parando só para tomar fôlego gritaria em francês: “Liberté, Égalité, Fraternité “e nos deixaria -aqueles que tivessem a oportunidade de ouvir- com uma sensação de conforto e esperança por dias melhores.
O criador da capa, André Machado, baixista da banda, me disse que está surpreso com a repercussão positiva dessa capa e acrescenta: “Todas as capas dos nossos trabalhos são muito pensadas para ter seus significados, e dessa vez, eu mesmo tive que me virar… Eu acho importante ter um conceito, e essas duas músicas pediam algo… A Dangerous fala desse sistema opressivo, a coragem de desafiar a autoridade e tem o lance das pessoas serem mantidas no escuro, obrigadas a se conformar… a música clama por uma revolução. A Remember the Name, no mesmo sentido, também tem essa onda de valorizar a individualidade, rejeitar as restrições sociais… Ambas as músicas, eu acho super massa, super revolucionárias, empoderamento total!”
O conceito
E continua: “E aí me veio de cara esse lance do fogo, de pôr fogo em algo que representasse o sistema. O conceito que eu queria era esse. E, por incrível que pareça, eu nem acredito que eu levei tanto tempo pra chegar no objeto que eu queria pôr fogo… De repente… A coroa! É isso! A nossa marca é uma coroa! Conversou com a nossa marca… E eu acho muito profundo esses signos: a coroa representando o sistema e a gente botando fogo na coroa! A gente está derrubando o sistema! O conceito foi esse.”
O estilo
“O estilo… é engraçado…é um estilo que saiu de moda… Mas eu, desde moleque eu faço imagens assim, sou dos anos 80 mas vivi nos anos 90, sou menino da MTV, o grunge me marcou demais, não só musicalmente, mas também o movimento, os designers… têm um diretor que eu gostava muito da época, que se chama Samuel Bayer, ele é muito experimental, tipo, o grunge tem esse lance das texturas, desse lance do: Do it yourself, as fotos são muito machucadas, sempre com muita textura, sempre muito cru… Só que isso não significa que ela não é pensada!”
André Machado falando é a personificação de se fazer com muita dedicação o que se ama fazer. No caso dele, um integrante de uma banda que está criando corpo de seguidores e consumidores de seus bons lançamentos. Nos resta aproveitar essas duas músicas e aguardar as próximas.
Vida longa aos Red Sand King!
Dan Kong – vocal
Mauricius Wolf – guitarra
Sérgio Araújo – guitarra
André Machado – baixo
Rodrigo Andrade – bateria
O baterista sempre fica por último… sacanagem…rs