Duplicação da BR-116 chega aos 12 anos de espera
Obra já passou por quatro presidentes da República
Nos últimos seis anos como parlamentar, eleito em 2019 e reeleito em 2022, o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS) percorreu centenas de vezes o trecho rodoviário que separa a Metade Sul da Região Metropolitana, no ir e vir de Brasília pelo Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Período em que acompanhou de perto uma promessa feita há 12 anos, até hoje à espera de desfecho: a duplicação dos 211,22 quilômetros da BR-116, entre Pelotas e Guaíba. Nesta terça-feira, 20 de agosto, o calendário marca o início das obras, lá em 2012. Desde então, uma das principais bandeiras do mandato tem sido a entrega do projeto, hoje 77% concluído.
Mesmo que faltem 33% de pistas serem duplicadas, o histórico da obra mostra o quanto tem sido difícil para o Governo Federal terminar aquela que é considerada uma das principais demandas regionais. Já são dez anos de atraso na promessa de conclusão – para 2014 -, quatro presidentes da República e centenas de milhões de reais despejados nos trechos entre os 12 municípios cortados ao longo do caminho.
Em mais de uma década, Trzeciak foi testemunha de lotes que avançaram de forma lenta, outros abandonados pelas empresas e alguns iniciados apenas recentemente. “Quando assumi como deputado federal, em 2019, não havia nenhum quilômetro duplicado entregue. De lá para cá, começamos a pressionar o Ministério dos Transportes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a fazer cobranças públicas e a apoiar os movimentos em defesa da duplicação. Chegamos em 2024 com 163 quilômetros prontos, mas não é o suficiente. A luta é pela entrega do último metro. Nesse Governo, a única novidade foram mais promessas, por isso sabemos que é preciso monitorar de perto”, comenta.
Nesta segunda-feira, com muita chuva, antes de pegar outra vez a rodovia em direção a Porto Alegre, o deputado voltou a criticar a falta de prioridade e a demora. “Doze anos de início da obra e dez anos da promessa de entrega. O projeto fundamental para a Metade Sul gaúcha continua sendo postergado. Vamos manter a pressão em Brasília. A cada atraso, vidas seguem em perigo na estrada e os municípios pagam o preço do baixo desenvolvimento”.
A previsão do DNIT, divulgada em junho na imprensa, indicava que dos 49 quilômetros restantes, 20 serão liberados ainda em 2024. A conclusão, porém, com a entrega dos últimos 29 quilômetros, só deve ocorrer em 2025.
12 anos do início da obra
Trecho – 211,22 km entre Guaíba e Pelotas
Importância – No Rio Grande do Sul é a principal via de acesso ao sul do Estado e ao Porto do Rio Grande, corredor de escoamento de produção entre o Brasil e o Mercosul.
12 municípios beneficiados de forma direta – Guaíba, Barra do Ribeiro, Mariana Pimentel, Tapes, Sentinela do Sul, Arambaré, Camaquã, Cristal, São Lourenço do Sul, Turuçu, Arroio do Padre e Pelotas.
Trânsito – Entre Guaíba e Pelotas circulam em média 3,8 mil caminhões de carga e mais de 2,2 mil veículos de passeio.
Principal objetivo da duplicação – Aumentar a capacidade de veículos, oferecer melhorias à rodovia já saturada pelo volume de tráfego, principalmente de caminhões, prevenir acidentes, garantir locomoção mais rápida e segura de pessoas e bens entre as cidades e fomentar o desenvolvimento regional.
Obra foi dividida em 10 lotes:
Lote 01: km 300,54 ao km 325,00
Lote 02: km 325,00 ao km 351,34
Lote 03: km 351,34 ao km 373,22
Lote 04: km 373,22 ao km 397,20
Lote 05: km 397,20 ao km 422,30
Lote 06: km 422,30 ao km 448,50
Lote 07: km 448,50 ao km 470,10
Lote 08: km 470,10 ao km 489,00
Lote 09: km 489,00 ao km 511,76
Lote 10: Viaduto da Pompeia (Camaquã) e ponte sobre o rio Camaquã (Cristal)
Obra chega ao 4º presidente
– Dilma Rousseff
– Michel Temer
– Jair Bolsonaro
– Lula
A duplicação era para ser entregue em 2014, ou seja, está 10 anos atrasada.
Fotos: Lucian Brum