Theatro Sete de Abril não vai reabrir tão cedo
Estrutura exige mais intervenções para ser colocada à disposição da população. Obras estão orçadas em R$ 5 milhões
O prefeito Fernando Marroni expôs, durante visita técnica e entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (15), no Theatro Sete de Abril, os desafios que aguardam a administração para reabrir o local – fechado desde 2010. Apesar de estar em obras de restauro desde 2013, ainda são necessários recursos estimados em R$ 5 milhões para intervenções emergenciais, algumas já em processo licitatório. Outras ações importantes voltadas para a reabertura não têm previsão de licitação, dotação orçamentária e nem recursos para executá-las. A situação impede o governo de estabelecer um prazo para entregar o espaço à comunidade pelotense.
O prefeito não escondeu a frustração diante da condição em que o Theatro se encontra, e lembrou que no processo de transição com o governo anterior, se cogitou a possibilidade de fazer a cerimônia de posse no local. No entanto, após o diagnóstico da equipe de arquitetos da Secretaria de Cultura (Secult), se constatou que para reabrir o “Sete”, como é conhecido, a atual gestão terá um longo caminho. “Estamos muito tristes com a situação. Há muitos desafios ainda para a população contar novamente com o Sete de Abril. Ele não pode funcionar sem climatização por conta do PPCI, que não está completo, a instalação elétrica foi feita pela metade e, na questão de som e luz, estamos na estaca zero”, lamentou Marroni, que recebeu os profissionais de imprensa juntamente com a vice, Daniela Brizolara, com a secretária Carmem Vera Roig, e demais integrantes do quadro da Secretaria.
O Sete de Abril demanda obras de ordem física, como conserto e instalação de telhas, rufos e calhas na cobertura. Para isso, o processo de contratação de empresa responsável já se encontra na Procuradoria do Município. Há necessidade também de ações que carecem de processo licitatório, como adequação de acessibilidade do passeio, revisão das esquadrias, pintura da fachada e instalação de vidros na marquise, bem como de telas de ventilação nas esquadrias laterais e de grades de segurança nas lajes técnicas. Sem dotação orçamentária e recursos, a equipe da Secult listou a necessidade de elaboração de pelo menos quatro projetos para serem executados: complementação da instalação da climatização, que segundo Marroni está pela metade, complementação da rede elétrica, de sonorização e iluminação cênica.
Prefeito Fernando Marroni faz vistoria no Theatro Sete de Abril durante visita técnica na manhã desta quarta. Fechado desde 2010, espaço não tem previsão para reabertura e demanda recursos de até R$ 5 milhões para conclusão das obras – Fotos: Volmer Perez
Diante disso, o prefeito assegurou “total prioridade” à reabertura do Theatro. “É nosso compromisso”, ressaltou. “No que depender de nós, vamos devolver o Sete de Abril a quem ele de fato pertence, que é à população de Pelotas – é inadmissível que estejamos há mais de 14 anos com este espaço fechado”, criticou Marroni, que também garantiu a gestão integral do local à Secretaria de Cultura.
TUDO DIFERENTE DO QUE DISSE A EX-PREFEITA PAULA
Em uma transmissão pelas redes sociais em 27 de dezembro de 2024, a ex-prefeita Paula Schild Mascarenhas comemorava o fato de a obra do Sete estar quase finalizada, “faltando poucos detalhes”, segundo ela. Paula cogitava inclusive fazer a transmissão do cargo para Marroni no Teatro.
Em quase 17 minutos, Paula mostrou modelos do mobiliários e informou que os problemas da cobertura tinham sido resolvidos e o telhado tinha ficado “novinho em folha”.
A antiga gestora garantiu que faltava apenas a “terceira etapa”, que consistia em equipar o Theatro Sete de Abril e que poderia abrir as portas em “seis meses ou até antes”, segundo Paula.
“Tenho muito orgulho de ser o governo que, com minha equipe, a quem coube o desafio de fazer a restauração mais completa e minuciosa”, disse Paula na sua transmissão. A visita técnica desta quarta-feira (15), mostra que Paula estava muito errada.
De acordo com a secretária Carmem Vera, a Secult estará dedicada para agilizar a reabertura do Theatro, inclusive no envolvimento de outras secretarias e da própria Procuradoria-Geral do Município (PGM). “Nossa prioridade será concluir as obras que estão faltando – e tão logo esteja aberto vamos preencher a pauta a pleno para que as manifestações culturais da nossa cidade possam acontecer aqui”, disse. De acordo com ela, é aguardado para o mês de março a chegada do mobiliário de plateia e camarotes. A instalação deve sofrer atraso diante da necessidade de limpeza do forro.