Diário da Manhã

Notícias

Comemoramos hoje a Música Popular Brasileira

Comemoramos hoje a Música Popular Brasileira
17 outubro
08:16 2025

Hoje é dia dos Miltons, dos Gils, das Ritas, das Elis, das Bethânias, dos Caetanos, das Gals…

Marcelo Gonzales*

@celogonzales @vidadevinil

Hoje, 17 de outubro, é mais do que uma data no calendário. É um grito, uma melodia, uma memória que atravessa gerações. É o dia em que o Brasil celebra a sua própria voz, a sua própria alma, traduzida em notas, acordes e versos. O Dia Nacional da Música Popular Brasileira, instituído oficialmente por lei, lembra a todos nós que a música não é apenas som, mas identidade, resistência e poesia viva. É o dia em que lembramos que cada canção é uma ponte entre passado e presente, entre saudade e esperança.

A Música Popular Brasileira, essa força pulsante, é muito mais que uma classificação, é o coração do país batendo em compassos múltiplos. É o samba que nasce nas ladeiras do Rio, é o choro que se espalha pelas praças, é a bossa nova que sussurra segredos de amor em copas de árvores, é o tropicalismo que desafia e reinventa, é a poesia que transforma o cotidiano em arte. Cada acorde carrega a história de um povo que canta para resistir, para sonhar e para se afirmar.

A MPB nasceu da mistura, da experimentação, do diálogo entre culturas, raças e regiões. Ela é a voz que ecoa o Brasil inteiro, dos confins do sertão ao litoral, das cidades vibrantes aos recantos silenciosos, traduzindo nossas dores, alegrias, conquistas e sonhos. É nas canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes que encontramos a sutileza da melodia, na interpretação visceral de Elis Regina que sentimos a força da emoção, em Milton Nascimento que ouvimos o céu e a terra se encontrando em harmonia, em Chico Buarque que percebemos a crítica social entre versos delicados. A MPB é isso: plural, intensa e infinita.

Ela também é política e resistência. Durante anos, atravessou censuras e ditaduras, carregando em si mensagens de liberdade e consciência. Cada festival, cada disco, cada apresentação ao vivo tornava-se ato de coragem, de afirmação cultural e de protesto silencioso. O Brasil da MPB é um país que canta mesmo quando o silêncio ameaça. É uma nação que se mantém viva pelo som da própria memória, pelo ritmo da própria identidade.

Hoje, a MPB continua a pulsar, mesmo que não com a mesma com a mesma intensidade, reinventa-se a cada geração. Artistas contemporâneos como Emicida, Maria Gadú, Liniker, Teresa Cristina, Ana Cañas e Céu carregam a tradição, mas também reinventam, transformam e expandem os horizontes da música brasileira. Cada verso moderno dialoga com os clássicos, cada acorde atual se conecta com a história, provando que a música é uma eternidade em movimento, sempre renovada, sempre necessária.

17 de outubro é, portanto, mais que uma data, é uma celebração de toda essa história viva, da força que a música tem de atravessar o tempo, de unir pessoas, de curar e emocionar. É um manifesto de amor à cultura brasileira, uma declaração de que a música popular não é apenas entretenimento, mas patrimônio afetivo, memória coletiva e identidade nacional. É o dia de ouvir, sentir e lembrar que, quando a música toca, o Brasil inteiro canta junto.

E assim, neste 17 de outubro, deixo o convite pra fechar os olhos, ouvir a canção que mais ama, deixar que ela te leve pelas trilhas da memória e da emoção. Hoje, celebramos não apenas uma data, mas uma vida inteira de música, paixão e brasilidade. Hoje, a MPB é nossa, e cada acorde é um ato de amor. Viva a Música Popular Brasileira!

*Marcelo Gonzales é autor do blog Que Dia é Hoje?, vive entre discos de vinil e muita mídia física, sempre atento à música, à cultura e ao jornalismo, compartilhando histórias que conectam gerações.

Notícias Relacionadas

Comentários ()

Seções