Diário da Manhã

Oscilações térmicas intensas podem agravar doenças e afetar especialmente idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.

Na segunda-feira (27), os pelotenses aproveitaram um dia de sol e temperaturas mais altas, típicas da primavera. Já ontem, terça-feira (28), o tempo mudou completamente: o céu nublado, o vento e a chuva derrubaram a temperatura e trouxeram de volta a sensação de frio. Essa variação — que pode ocorrer em questão de horas — não causa apenas desconforto, mas também impacta diretamente a saúde.

As mudanças bruscas de temperatura desafiam o corpo, que precisa se adaptar rapidamente. Nesse processo, podem surgir gripes, resfriados, alergias respiratórias e até agravamento de doenças cardiovasculares. O esforço do organismo para manter a temperatura interna estável pode afetar a imunidade e facilitar o aparecimento de problemas respiratórios.

Uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, mostrou que a variabilidade térmica aumenta o risco de morte, porque o corpo nem sempre consegue se adaptar de forma eficiente. A exposição a temperaturas instáveis pode alterar os batimentos cardíacos, a pressão arterial, os níveis de colesterol e a circulação, além de sobrecarregar o sistema de defesa natural, favorecendo principalmente problemas cardiovasculares e respiratórios.

Grupos mais vulneráveis

Todos sentem os efeitos da variação térmica, mas alguns grupos precisam de atenção redobrada. Idosos e crianças pequenas têm mais dificuldade de regular a temperatura do corpo e ficam mais sujeitos a problemas respiratórios e cardiovasculares.

Como se proteger

Cuidados simples ajudam a reduzir os efeitos das mudanças de temperatura:

• Use roupas em camadas, assim fica mais fácil se adequar ao clima durante o dia.

• Evite mudanças bruscas de ambiente, como sair de um lugar quente direto para o frio.

• Beba bastante água, mesmo quando o tempo está frio.

• Mantenha os ambientes bem ventilados, mas evite correntes de ar direto.

• Procure atendimento médico se houver febre, tosse persistente, falta de ar ou sintomas gripais que não melhoram.

Um alerta crescente

Especialistas alertam que as variações extremas de temperatura têm se tornado mais frequentes, em parte devido às mudanças climáticas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o clima instável como um dos grandes desafios para a saúde, pois aumenta a ocorrência de doenças respiratórias e cardiovasculares.