Conta de água por consumo ainda gera dúvidas entre vereadores
Debate no parlamento pelotense ainda não chegou a um consenso sobre os benefícios da mudança. Foto: Pacheco/Especial/DM
Ainda não está bem esclarecido para muitos vereadores se o projeto de cobrança da água por consumo trará benefícios para Pelotas. De acordo com o presidente do Sanep, Jacques Reydams, a mudança, levará, ao natural, a que as pessoas reduzam o consumo para pagarem uma tarifa menor. Mas as dúvidas persistem. O vereador Ivan Duarte (PT), relator do projeto do governo na Comissão de Orçamento e Finanças, disse, na reunião na manhã desta terça-feira, 09/06, que o estudo de impacto sobre o novo modelo de cobrança precisa ser aprofundado.
“O grande problema que vejo é que ao passar de um sistema para o outro, com insegurança, a Câmara vai votar no escuro”, afirmou Duarte.
Rafael Amaral (PP) condicionou o voto favorável ao projeto, à aceitação de sua emenda para que os hospitais filantrópicos e as entidades que atendem portadores de necessidades especiais tenham redução no valor total da conta de água de acordo com os serviços prestados junto ao SUS e outros órgãos federais. São eles: Santa Casa de Misericórdia, Beneficência Portuguesa, Hospital São Francisco de Paula, Hospital Espírita, Escola Alfredo Dub, Apae, Cerenepe e Escola Louis Braille.
Em resposta, Jacques Reydams disse que os técnicos da autarquia poderão fazer uma simulação sobre a redução dos valores pedidos pelo vereador, mas alertou: “alguém vai pagar essa conta”. Ele estava acompanhado dos assessores Arnaldo da Silva Soares, da assessoria de planejamento e Fabio Silveira Machado, consultor jurídico da autarquia.
Autor do projeto de lei da conta de água justa e transparente, o vereador Vicente Amaral (PSDB) defendeu a proposta mais uma vez. Para ele, a tarifa menor a ser cobrada das populações dos bairros e vilas é o diferencial do projeto. “Hoje, as pessoas pagam mesmo sem consumir a água”, afirma.
Já o vereador Roger Ney (PP) defende uma auditoria no Sanep. “É impossível discutir o projeto sem fazer uma auditoria, isso é um investimento, não é uma despesa”, garantiu o parlamentar. Ele recebeu o apoio do colega Marcus Cunha (PDT) que sugeriu que o Legislativo inicie pela auditoria realizada periodicamente pelo Tribunal de Contas do Estado. “É mais idônea do que uma auditoria feita pelo próprio Sanep”, argumentou Cunha.
Também participaram da reunião os vereadores Beto Z3 (PT), Luiz Henrique Vianna (PSDB), Antonio Peres (PSB).
