Depressão entre adolescentes chega a números alarmantes
Para os pesquisadores, médicos pediatras que atendem adolescentes devem estar familiarizados com os sintomas de depressão
Estudo apresentado no 36º Congresso Brasileiro de Pediatria, que ocorreu de 08 a 12 de outubro no Rio de Janeiro, mostrou que o número de adolescentes com sintomas de depressão está muito alto.
Realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), o estudo utilizou dados obtidos através de um questionário padronizado aplicado aos jovens. Todos os participantes tiveram o consentimento dos pais ou responsáveis que assinaram um de consentimento livre e esclarecido. O questionário era do tipo YOUTH SELF-REPORT (YSR).
Os estudantes, com idades entre 11 e 14 anos, cursavam o ensino fundamental na rede pública estadual do município de Cascavel, no Paraná. Foram elegidos 2.545 alunos cuja média de idades foi de 11,57 anos. O predomínio foi do sexo feminino (63,2%). Do total entrevistado, 335 alunos (13,1%) apresentaram escore clínico para a síndrome Ansiedade/Depressão, sendo 231 (9%) meninas e 104 (4%) meninos.
A prevalência de síndrome de Ansiedade/Depressão (13,1%) encontrada pelo estudo é maior do que a relatada pela literatura (6%). As meninas apresentam maior incidência, o que reforça os dados da literatura, que mostram maior índice de depressão em mulheres adultas.
Para os pesquisadores, médicos pediatras que atendem adolescentes devem estar familiarizados com os sintomas de depressão, uma vez que o estudo mostrou uma prevalência significativa da doença entre a população nesta faixa etária, além de sua associação com o suicídio.