CONSCIÊNCIA NEGRA: Votação define homenageadas
Público votou e definiu as três mulheres negras que serão homenageadas em novembro
Até quarta-feira foi possível participar, mediante votação online, da escolha das três mulheres negras que serão homenageadas na oitava edição do Seminário da Consciência Negra (SECONEP). A iniciativa é do Grupo Design, Escola e Arte (DEA/UFPel), sob a coordenação da doutora Rosemar Lemos (UFPel). De acordo com ela, a eleição superou edições anteriores. Neste ano a participação triplicou o número de votantes. Mais de duzentos eleitores, acessaram o endereço eletrônico do Seconep, e escolheram entre as concorrentes. A mais votada foi Marta da Luz Neves, que recebeu 31,6% dos votos. Na sequência, a senhora Eloha Brizolara com 21,8%. E a terceira homenageada será a professora Marielda Barcellos Medeiros que recebeu 21,4%. O Seminário está programado para os dias 16, 17, 18 e 20 de novembro. Conforme Rosemar, entre as atividades que estão sendo organizadas, haverá sessões com filmes para as escolas. Na temática, obras que enfocam a realidade da comunidade negra. Outra atividade, com diversão e pipoca, será a “Kizomba” que está sendo organizada para realização ao ar livre numa das praças nos bairros. A cada seminário, a Kizomba acontece na periferia para que os moradores não tenham necessidade de deslocamento. Apoio confirmado do Centro de Artes (CEARTES), e Pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFPel. Na trajetória do SECONEP, a Prefeitura também tem colaborado.
PESTANO representado por Marta Neves. Há quase quinze anos ela está à frente do grupo de dança “Renovação”. Na Zona Norte, Marta é lutadora social que tem proporcionado autoestima, integração, cultura e lazer. Fomentando a dança a crianças e jovens de bairros como o Pestano e também o Getúlio Vargas, contribui para alternativa cidadã num contexto que dispõe de poucas opções de contato com a criatividade artística.
RECONHECIMENTO à senhora Eloah Brizolara (87 anos), segunda mais votada para receber homenagem no SECONEP. Liderança comunitária, durante 45 anos residiu à rua Andrade Neves – entre as ruas Benjamin Constant e Conde de Porto Alegre -, onde desenvolveu trabalho solidário. Direcionada aos moradores do fim da rua General Osório e também da localidade conhecida como “Catinga” – em frente a extinta Fábrica de Papel -, sua iniciativa proporcionou música, teatro, campanha do agasalho e sopão. Exemplo de desapego e senso de coletividade, ela será destaque na programação.
EDUCADORA Marielda Medeiros tem longa trajetória de dedicação à militância no movimento negro. Em 2013 e 2014, Marielda foi assessora da educação para as relações étnico-raciais da SEDUC/RS. De 2011 a 2014, assessora da equipe da diversidade da 5ª CRE. Entre 2001 e 2004, supervisora do departamento pedagógico da atual SMED. No mesmo período, integrou o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS (CODENE). No Colégio Pelotense atuou como professora na educação infantil, séries iniciais e curso Normal. Também foi coordenadora pedagógica do ensino fundamental séries iniciais. Em 2010, premiação no CEERT de São Paulo, com o projeto “Nem chá, nem café: degustamos história e cultura negra”. O trabalho foi desenvolvido junto a alunos da Escola Louis Braille. Ano passado concluiu mestrado em educação pela UniPampa.
POR CARLOS COGOY