UFPEL terá curso sobre o “Golpe 2016”
Inscrições para curso de extensão com quase vinte abordagens sobre o “Golpe 16”
Por Carlos Cogoy
A exemplo do curso “O golpe de 2016 e a nova onda conservadora do Brasil”, oferecido pela UFRGS em Porto Alegre, Pelotas também já dispõe de programação que visa o debate sobre o Golpe de 2016. Sob o “verniz” jurídico do impeachment, e embalado pela grande mídia, o Golpe 16 retirou do poder a presidenta Dilma Rousseff, eleita com mais de 54 milhões de votos em 2014. À época, a frágil alegação era de “pedaladas fiscais”. O motivo, como ficou evidente, era o que menos interessava, pois o objetivo era o assalto ao poder político. E, para esse atentado à democracia, reuniu-se o que há de mais atrasado, corrupto e cínico, na política brasileira. O resultado é o retrocesso, com perdas de direitos, incremento do extremismo carregado de ódio, e uma guinada conservadora que já tem rastro com vítimas fatais.
CURSO – Na UFPel, o curso de extensão “O Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, terá atividades a partir de 23 deste mês – confira a programação no box. E, conforme organizadores, para o evento de abertura, as inscrições já estão encerradas. Para o segundo debate, no início de maio, em breve haverá abertura de inscrições. Cada encontro será entre 19h e 21h, e o curso acontecerá no auditório 2 do Instituto de Ciências Humanas (ICH/UFPel) – rua Alm. Barroso 1.202 (foto no alto). Informações adicionais podem ser obtidas no Facebook “Curso de Extensão: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.
COMPLEXIDADE – Conforme divulgação: “Dada a formação variada e interdisciplinar dos docentes e demais atores da sociedade civil que ministrarão as aulas e palestras, bem como as demais intervenções programadas, desenhou-se como seu principal objetivo analisar as diferentes dimensões do fenômeno social, político e econômico que culminou, em 2016, no esvaziamento da democracia brasileira sem sua extinção formal. Desta maneira, explica o professor Daniel Souza, do Departamento de Museologia, Conservação e Restauro do ICH, que integra a comissão organizadora, cada ministrante elegeu, a partir de sua área de atuação, uma temática que permitisse ampliar a compreensão desse complexo e dinâmico processo, que também é protagonizado por servidores públicos, professores e cidadãos”.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
REPÚBLICA DE CURITIBA, POR QUE LULA? (Foto), é autoria do advogado criminalista, mestre e doutor Leonardo Isaac Yarochewsky. Em quarenta artigos, o autor destrincha irregularidades e abusos do juiz Sérgio Moro. Com 187 páginas, aspectos jurídicos são narrados numa linguagem acessível. Grupo Editorial Letramento.
GOLPE 16 (Foto), é volume organizado por Renato Rovai. No volume com 223 páginas, artigos como: “Globo, a central de manipulação do golpe”; “Os muitos preconceitos do golpe”; “O golpe da classe média e do senso comum”; “O golpe a criminalização dos movimentos sociais”. Edições Fórum.
POR QUE GRITAMOS GOLPE? (Foto), tem como subtítulo
“Para entender o impeachment e a crise política no Brasil” (174 páginas). No livro, 23 artigos. Alguns: “A nova classe trabalhadora brasileira e a ascensão do conservadorismo” de Marilena Chauí; “Da tragédia à farsa: o golpe de 2016 no Brasil” de Michael Löwy; “Para mudar o Brasil” de Roberto Requião; “As quatro famílias que decidiram derrubar um governo democrático” de Mauro Lopes. Editora Boitempo.
A OUTRA HISTÓRIA DA LAVA-JATO (447 páginas), é autoria do jornalista Paulo Moreira Leite, que
integra o combativo canal “Brasil 247”. O livro é ilustrado e apresenta inúmeros questi
onamentos à operação “Lava-Jato”. Alguns dos temas: “Quando a seletividade se torna método”; “Pau que não bateu em FHC deve bater em Lula?”; “Quando a seletividade se torna método”; “Dallagnol tenta por Lava-Jato acima do bem e do mal”. Geração editorial.
A RADIOGRAFIA DO GOLPE – entenda como e por que você foi enganado (142 páginas), autoria do sociólogo Jessé Souza. Capítulos: “Os golpes sempre foram por mais dinheiro para poucos, e nunca para combater a corrupção”; “O golpe ‘legal’ e a construção da farsa”; “Conclusão: ameças e oportunidades à democracia”. A publicação é da editora LEYA.
PROGRAMAÇÃO
– 23/4 – “O Golpe de 2016 e o regime pós-democrático no Brasil” (Luciana Ballestrin)
“Se há presidencialismo de coalizão, como explicar o golpe?” (Álvaro Barreto)
– 2//5 – “As artes e as artimanhas de um golpe anunciado” (Pedro Sanches/Wilson Miranda)
Local: auditório 2 do CEARTES
– 7/5 – “A hermenêutica legalizadora do golpe político brasileiro” (Pedro Moacyr)
17/5 – “Um olhar de gênero sobre o golpe 2016” (Rejane Jardim/ Lígia Chiarelli/ Rosangela Schulz)
23/5 – “Por que este governo não me representa: a ideologia dos partidos políticos e a influência do neoliberalismo nas questões sociais” (Valdirene Hessler)
30/5 – “Escola vigiada: a Educação no contexto amplo do Golpe de Estado de 2016” (Sebastião Peres)
“As mudanças nas políticas de formação de professores com o golpe” (Virgínia Alves)
4/6 – “Língua e ideologia na construção do golpe jurídico-político-midiático” (Luciana Vinhas/ Janaina Brum/ Aracy Ernst)
“A midiatização do golpe do impeachment: ação política e produção discursiva” (Ricardo Fiegenbaum)
12/6 – “Cidade e cidadania: participação popular e autonomia” (Sidney Vieira/ Robinson Santos)
20/6 – “As origens fascistas do golpe” (Eliézer Oliveira/ Dani Rodrigues Moreira)
4/7 – “O golpe e a exploração do pré-sal” (Alfredo D’Ávila)
9/7 – “O golpe de 1964 e a ditadura civil-militar no Brasil: história, memória e controvérsias no tempo presente” (Alessandra Gasparotto)
“Na contramão das políticas culturais: as consequências do golpe 2016” (Sarah Maggitti)
18/7 – “O ataque aos direitos dos povos indígenas” (Luiz Henrique Eloy Amado/ Lori Altmann)
27/7 – “O golpe de 2016 e as indagações da filosofia da educação” (Avelino Rosa de Oliveira)
1/8 – “Política e vocação brasileira” (Neiva Afonso Oliveria/ Avelino da Rosa Oliveira/ Suzana Guerra Albornoz)