PROTESTE avalia marcas de granola disponíveis no mercado
Veracidade das informações apresentadas na embalagem e qualidade dos produtos são pontos importantes para quem busca uma dieta equilibrada
Comer granola é realmente saudável? O mix de cereais integrais, frutos, sementes e grãos foi analisado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE), associação de consumidores, para verificar o que o mercado está oferecendo aos consumidores.
É importante que o consumidor fique atento às informações apresentadas na embalagem. Dependendo da quantidade de sódio e açúcar o alimento pode se tornar inimigo de um cardápio saudável.
Avaliação
Das oito marcas testadas, três possuem bem mais açúcar em relação às demais. São elas: Kellogg’s, Vitalin e Kobber. Vale destacar que, como não existe, no Brasil, uma legislação específica para açúcares totais, a metodologia do teste considerou como parâmetro a ingestão diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): o máximo de 50 g por dia.
Sendo assim, a PROTESTE concluiu que ao ingerir uma única porção (40g) da Kellogg’s, a pior avaliada nesse critério, o consumidor ingere 12 g de açúcares totais, o que equivale a 24% do total diário recomendado pela OMS. Para os produtos Vitalin e Kobber, a porcentagem chega a 21%.
Caso a quantidade de açúcar não estiver expressa na tabela nutricional, o consumidor não precisa se preocupar, porque uma análise minuciosa do rótulo pode ajudar na escolha.
Verifique a lista de ingredientes impressos na embalagem – aqueles que aparecem no início da lista são os mais abundantes. Portanto, se o açúcar estiver entre os primeiros itens, indica que é um dos ingredientes em maior quantidade.
A PROTESTE indica que o consumidor preste atenção aos ingredientes utilizados para adoçar o produto: prefira o produto que contém na mistura mel, açúcar demerara ou melado de cana. E evite os que possuem, por exemplo, xarope de glicose, açúcar cristal ou invertido.
Um ponto positivo no teste foi que todos os rótulos apresentaram as informações consideradas obrigatórias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como lista de ingredientes e validade.
Mas, quando as informações nutricionais impressas nos rótulos foram comparadas com os conteúdos dos produtos, a situação mudou. Segundo a Anvisa, a variação entre o que está escrito na embalagem e o conteúdo interno pode ser de no máximo 20% por porção. Por não respeitarem essa legislação, as marcas Vitalin, Qualitá e Kobber foram mal avaliadas nesse critério. A primeira traz menos gordura (-52%) e menos sódio que o prometido (-23%). A segunda, mais fibra (47%) e menos sódio (-57%). Já a terceira, mais fibra (27%) e menor teor de gordura (-33%) e sódio (-46%) em relação ao estampado na embalagem. Já a Granatus apresentou menos sódio que o informado (-51%).
Mesmo sendo bom que o produto tenha menos sódio e gordura e mais fibras, a PROTESTE defende que seria melhor oferecer uma embalagem com as informações corretas para atender ao consumidor. A Mãe Terra, por outro lado, diz em sua embalagem que contém 0 mg de sódio por porção, mas no produto avaliado foi encontrado 9 mg. Segundo a Anvisa, a informação nutricional de sódio só pode ser considerada “zero” quando o alimento traz quantidade menor ou igual a 5 mg por porção.
Nenhuma das marcas apresentou mais sódio do que o permitido pela legislação e, quanto à higiene dos produtos, o consumidor pode ficar despreocupado: não foram achadas impurezas ou sujidades.
Contudo, para não ter dúvidas sobre o que está consumindo, a PROTESTE recomenda que o consumidor produza sua própria granola, inclusive usando seus ingredientes favoritos.