BAIXAR ARMAS: Espinho e flor no eterno agora
Quinta às 21h no Theatro Guarany, show de lançamento do disco “Baixar Armas” de Duca Leindecker
Por Carlos Cogoy
Após “Voz, violão e batucada”, e “Plano Aberto”, discos recentes da fase solo, chegou a vez de “amar a vida por amar/ deitar ao sol pra arrepiar/ baixar as armas e abraçar/ deixar a vela navegar/ na mesma direção”. Versos da música “Baixar Armas”, que dá nome ao novo disco de Duca Leindecker. Gravado, mixado e masterizado, na casa do artista, o disco foi lançado em março, e está disponível nas plataformas digitais. Em Pelotas, o lançamento acontecerá amanhã às 21h no Theatro Guarany. Além de músicas como “Zumbis e Fadas”, “Moinhos Gigantes”, “0x0 Ñ”, “Toda Verdade”, “Impacto das Bombas”, “Eterno Agora” e “Espinho e Flor”, ele também interpretará músicas dos períodos na banda “Cidadão Quem”, e do projeto “Pouca Vogal”. Ingressos nas lojas Multisom, e também no site: blueticket.com.br
CONTEXTO – Democracia ameaçada, e manifestações movidas pelo ódio, num tempo armado de intolerância. Duca Leindecker menciona: “O Brasil vem sofrendo uma transformação muito triste, acompanhando um movimento global de retrocesso das conquistas evolutivas da humanidade. Um movimento reacionário aos avanços que o mundo vinha fazendo. Isso criou tamanha instabilidade social que o medo se instalou e, quando o medo se instala, surge o homem primitivo que vem como fonte de sobrevivência. Traduzindo em miúdos é como se estivéssemos voltando pra caverna. Na caverna não existe tolerância, não existe nada além da lei do mais forte. Então, ao conviver com esse clima de intolerância, não há privilégio deste ou daquele. Todos estamos vivendo isso, e tenho certeza que não vamos nos orgulhar no futuro. Acho que o disco reflete o que acredito. A soma, a coletividade construindo algo mais rico”.
ARTE como expressão de um tempo. Duca observa: “Acho triste ver a arte se transformando em propaganda disso ou daquilo. Usar a arte por si só, já é a antítese da arte. Por outro lado, é autêntico se manifestar através dela para tudo que for sincero e genuíno. Acho pertinente e autêntico falar de coisas que nos fascinam, e coisas que nos assombram. Agora o que nos assombra é esse retrocesso todo”.
CRIAR – Posicionar-se num tempo de impaciência e posturas extremadas, deve ser repensado pelo artista, isto é, pode afetar sua aceitação em determinadas fatias do público, ou, o artista se expõe e o ambiente é que vai deletá-lo ou cultuá-lo? Duca responde: “O artista não deve se preocupar com isso, em respeito a si, e ao próprio público. O artista deve fazer arte, por amor à arte, e nunca por esperar dela qualquer tipo de retribuição. A arte não deve ser pensada, deve ser sentida. O pensamento racional nos afasta da arte, e nos aproxima da academia e da publicidade. O meu único compromisso, é que esteja fiel ao meu tempo”.
SHOW – Sobre a expectativa pelo show no Guarany: “O público de Pelotas é sempre especial, assim como a cidade que tem uma vibe única. Satolep noite, no meio de uma guerra civil”.
Novo álbum conta com participações e coautorias
Amigos talentosos e parcerias criativas. No disco “Baixar Armas”, Duca Leindecker conta com alguns músicos de destaque na cena gaúcha e brasileira. O novo álbum do compositor, pode ser ouvido no Youtube. E também ser adquirido online: produtooficial.com.br
PARCERIAS no disco que terá shows em Porto Alegre a 5 de julho. Já no dia 13 daquele mês, o espetáculo será em Farroupilha. Conforme divulgação: “Com as participações de Humberto Gessinger, que toca baixo e assina a coautoria da canção ‘0x0 Ñ’; Claudio Mattos (baterias), Maurício Chaise (baixo, guitarras e vocais), Shana Müller (vocais), Mumu (baixo – Vera Loca), Luciano Albo (baixo – Os Cascavelletes), Veco Marques (guitarra – Nenhum de Nós), Edu Bisogno (teclados – The Hard Working Band), Marcelo Truda (guitarra e coautoria em ‘Zumbis e Fadas’ –Taranatiriça), Meco Dutra (baixo) e do produtor executivo Fabio Bolico, que assume as baquetas em ‘Toda Verdade’, Duca Leindecker passeia entre piano, violões, baixos, guitarras e vocais”.
Foto no alto: Edu Defferrari