Um em cada três brasileiros irá morrer de alguma doença cardiovascular
A doença coronária, o infarto, a angina e o acidente vascular cerebral (AVC) estão entre as principais causas de morte no país
Os problemas cardiovasculares não vêm do nada. Como se sabe há décadas, e se torna cada vez mais evidente com o avanço do conhecimento, eles são causados por fatores de risco, entre eles, níveis altos de colesterol, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, obesidade e vida sedentária, afirma Raul Dias dos Santos Filho, diretor da Unidade de Lípides do InCor. “São estes os fatores que contribuem para o aparecimento da aterosclerose, caracterizada pela formação das placas de gordura no sangue, que entopem as artérias e, com o tempo, levam aos infartos e derrames.” A evidência da relação entre o nível excessivo do LDL, que é o colesterol ruim do sangue, com o risco de problemas cardiovasculares é extremamente robusta, diz o cardiologista. Deriva de pesquisas com mais de dois milhões de pessoas, no total, as quais foram seguidas durante quase cinco décadas, em uma variedade de estudos clínicos e genéticos.
Para prevenir doenças cardiovasculares é preciso saber, primeiro, se a pessoa tem risco alto de desenvolvê-las. Por exemplo, se tem algum parente de primeiro grau, como pai, mãe ou irmão, que teve infarto ou derrame antes dos 50-55 anos. Em segundo lugar, será necessário levantar os fatores de risco: se a pessoa fuma, se tem uma ideia do valor da sua pressão arterial, do seu nível de glicose no sangue e do valor do colesterol. É muito simples ter ideia de qual é o risco de vir a ter problemas cardíacos se alguém tem essas informações sobre sua saúde.
A pessoa que tem risco alto para problemas cardiovasculares precisa consultar o médico e fazer um tratamento preventivo. Não basta a ela ter hábitos saudáveis de vida. Para manter os níveis de colesterol baixos o resto da vida ela terá de tomar medicação, diz Raul Dias dos Santos Filho: “A adesão ao tratamento é muito importante porque seus benefícios acontecem em longo prazo e está claramente demonstrado que a suspensão dos medicamentos em pessoas de alto risco associa-se com maior risco de morte.