Campanha alerta para a importância da informação e do diagnóstico precoce sobre o câncer de pulmão
Precisão na definição do tratamento e conhecimento sobre o tumor aumentam as chances de controle da doença em 70%
Agosto é o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão, que é o segundo tipo de neoplasia mais comum no Brasil entre os homens e o quarto entre as mulheres. Em 2015, 16.930 pessoas do sexo masculino e 13.680 do sexo feminino morreram no país em decorrência da doença, segundo o SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade).
Para alertar e informar sobre a importância do diagnóstico precoce, foi criada a campanha Respire Agosto, uma realização do Instituto Lado a Lado Pela Vida com apoio das farmacêuticas AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer e do laboratório Hermes Pardini. A campanha será veiculada pelas redes sociais do instituto no Facebook (@institutoladoaladopelavida) e pelo Instagram (www.instagram.com/institutoladoalado), que trarão informações sobre o câncer de pulmão, sintomas, prevalência, testes para identificação do tumor e tratamentos existentes. No final de cada post, haverá um link para o portal do instituto (www.ladoaladopelavida.org.br), que fornece ao internauta dados mais aprofundados sobre a enfermidade.
O foco da campanha é disseminar informações sobre este tipo de câncer, cuja incidência global pode chegar a 1.8 milhão de novos casos por ano, sendo o tumor que mais mata no mundo, com 1.6 milhão de mortes (de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS). A iniciativa também visa a reforçar a importância do acompanhamento médico de rotina para a saúde do órgão. Assintomática em fases iniciais, a doença pode ser diagnosticada em qualquer pessoa e em qualquer idade. A prevenção é fundamental para a redução da incidência da doença que, no Brasil, pode checar a mais de 31 mil novos casos no biênio 2018/2019, sendo 18.740 homens e 12.530 mulheres, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva).
As causas da doença variam entre as pessoas e podem incluir histórico familiar, hábitos como tabagismo e estilo de vida. O excesso de exposição à poluição do ar e fatores genéticos, por exemplo, também são fatores de risco.
O diagnóstico precoce é o principal indicador para a escolha do tratamento e para o sucesso da terapêutica empregada, como explica o médico oncologista, membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida e pesquisador da Northwestern University de Chicago, Marcelo Cruz. “O processo para o diagnóstico da doença é o primeiro passo para o controle do câncer. Hoje, o paciente pode ser submetido à análise do genoma do tumor, que identificará o tipo e as terapias que se adequam ao caso. Os estágios iniciais apresentarão mais resultados positivos no combate ao tumor”.
Por meio da análise do genoma é possível identificar biomarcadores que podem ser utilizados como parâmetros biológicos e que determinam, por exemplo, o tipo da doença e quais as opções terapêuticas mais eficazes para um determinado indivíduo. O médico ainda explica que a indicação correta do tratamento amplia as chances de resultados efetivos. “O câncer de pulmão tem variações e cada caso deve ser tratado com unicidade, o que nos exige tratamentos personalizados. A medicina de precisão eleva as chances de controle da doença para 70%, isso aliado à qualidade de vida para o paciente, com menos efeitos colaterais e resultados em taxas de sobrevida”.
Para tratar a doença, estão disponíveis no país terapias como: quimioterapia, radioterapia, cirurgia, remoção por radiofrequência, terapia-alvo e a imunoterapia. “A medicina de precisão avaliará qual é o tratamento certo para o paciente, de acordo com o estadiamento do câncer de pulmão, no momento em que poderá apresentar resultados mais satisfatórios”, conclui o oncologista.
A campanha reforça a relevância do diagnóstico rápido e alerta a população de que o câncer de pulmão cresce anualmente entre indivíduos não fumantes. “Atualmente, 20% dos casos registrados são diagnosticados em indivíduos que nunca fumaram, sendo que, na década de 1990, esse índice variava entre 5% e 8%”, ressalta Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Atenção aos sintomas – O câncer de pulmão pode ter origens e evoluções diferentes, porém os sinais são os mesmos. O paciente que apresenta sintomas constantes, como tosse, falta de ar, dor no peito, cansaço e rouquidão, ou que tenha histórico familiar deve procurar um médico e solicitar o diagnóstico.
Radiografia do câncer de pulmão no Brasil – Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2016 avaliou a percepção da população brasileira a respeito do câncer de pulmão e revelou que 76% dos entrevistados nunca conversaram com um médico sobre a doença. Entre as 2.044 pessoas ouvidas, em cerca de 130 municípios do país, houve a confirmação de que 17% não sabiam o que fazer para reduzir riscos e não desenvolver a enfermidade, demonstrando o quanto o câncer de pulmão é pouco compreendido pela população. Desse universo, 39% não se preocupavam com a doença, pois não eram fumantes.